Carvão Negro, Gelo Fino

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Drama, Crime 106 min 2014 M/16 11/12/2014 China

Título Original

Bai ri yan huo

Sinopse

<div>A tranquilidade de uma pequena cidade chinesa é alterada quando vários cadáveres são encontrados terrivelmente desfigurados. Na busca infrutífera de encontrar o assassino, alguns agentes da autoridade são mortos. Zhang Zili, um dos agentes envolvidos na investigação, sobrevive, apesar de gravemente ferido. Cinco anos mais tarde, depois de ter sido obrigado a abandonar a polícia, trabalha como segurança numa fábrica. Quando novos homicídios ocorrem, todos crêem que o assassino voltou. Decidido a descobrir o culpado, Zhang vai iniciar uma investigação por conta própria. Com o desenrolar das pesquisas, as pistas levam-nos a Wu Zhizhen, uma jovem empregada de uma lavandaria. Mas tudo ganha novas proporções quando ele se vê emocionalmente envolvido com a rapariga…</div><div>Vencedor do Urso de Ouro na 64.ª edição do Festival de Cinema de Berlim, uma história policial em ambiência negra, com argumento e realização de Diao Yinan ("Uniforme", "Night Train"), tido como uma das figuras mais proeminentes do teatro de vanguarda chinês. PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Exercício de género

Jorge Mourinha

Aquilo que faz a diferença do filme de Diao Yi’nan é o exotismo da origem – não fosse chinês e olharíamos para ele como um exercício de género, desenvolto mas anónimo.

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O surreal é a nova China

Vasco Câmara

Uma capacidade nada negligenciável, neste vencedor do Urso de Ouro de Berlim, para deslizar com as “pequenas pessoas” em direcção à escuridão e ao gelo.

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Críticas dos leitores

Para lá do "Made in China"

Pedro Brás Marques

A China continua o seu processo de ocidentalização que passa, também, pela vertente cultural. Este “Carvão Negro, Gelo Fino”, vencedor claro do último Festival de Berlim, é a prova disso. Trata-se dum filme que, se não fosse oriundo da cinematografia do “Império do Meio”, passava completamente despercebido. Assim sendo, há que enquadrá-lo naquilo que tem sido a recente produção chinesa, algo perdida entre o seu cinema tradicional, herdeiro dum tradição cultural e duma sensibilidade artística muito específica, e uma série de pastelões épicos, feitos a meias com Hollywood, que nada acrescentam a não ser mais umas gotas no copo do orgulho nacional… <br /> Daí que este “Carvão Negro, Gelo Fino” surpreenda, precisamente porque mais não quer do que contar uma história. E Diao Yinan fá-lo bem, embora o filme perca muito por via duma irritante e recorrente quebra no ritmo narrativo. Se, na primeira meia hora, “Carvão Negro…” avança de forma decidida, a partir dali arrasta-se - por vezes, de forma soporífera… Estamos perante uma história policial, centrada na perseguição a um ‘serial killer’, que começa quando são descobertos bocados de corpos humanos espalhados por uma província chinesa. Durante a investigação, a “coisa dá para o torto” e os principais responsáveis são despedidos. Cinco anos depois, novos corpos começam a aparecer da mesma forma e os protagonistas, em especial um, Zhang, inicia uma investigação por conta própria, que o leva a uma empregada duma lavandaria, uma ‘femme fatale’ por quem acaba por se apaixonar… <br /> Não há cá mensagens políticas, não há sentidos orientais a retirar. É uma história policial onde se cruzam elementos típicos do género, em especial de algum ‘cinema noir’ dos anos 40 e 50, onde habitualmente o investigador se envolvia perigosamente com a principal suspeita dos crimes… Há algumas boas ideias, incluindo, claro, os jogos de dicotomia entre o branco e o preto, entre o gelo e o fogo, entre a lavandaria e a sujidade, entre o bem e o mal e a tentação de passar a fronteira entre a paixão e o perigo… Mas, repito, se não fosse a curiosidade de ver um filme oriundo da China onde se conta de forma escorreita uma história, sem recurso às “mensagens” habituais das “virtudes da casa”, “Carvão Negro, Gelo Fino” não passaria de mais um filme policial, entre muitos outros que por aí vão brotando. O que já não é nada mau…
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2 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"Carvão Negro, Gelo Fino" é o (pseudo)thriller mais anti-mainstream e hibrido (uma mescla algo surrealista e indefinida de vários "estilos cinematográficos") que visionei no cinema nos últimos anos, o que não sendo necessariamente positivo até lhe confere uma certa "aura" (quase do tipo, e hiperbolizando, "tão mau -o que nem é o caso- que se torna bom"). Quase somos levados a pensar que o realizador antes de pegar na câmara elaborou uma lista de todas as características que é pressuposto ser incluídas num filme deste género e pensou "vou fazer precisamente o contrário". <br />Se encararmos a "coisa" sob este prisma (dar uma nova "roupagem" às histórias de crime demasiado desgastadas), sem dúvida, que estamos perante um exercício estilístico interessante e inovador, mesmo a um nível mais "filosófico" (a que acresce o facto deste ser dotado de uma beleza e acuidade visual indiscutíveis que, em alguns momentos, quase roça a "poesia cromática"), no entanto, tal não é suficiente para que possamos afirmar de forma veemente que se trata de um bom filme (embora a sua qualidade seja inquestionável), sobretudo por lhe faltar, para além de ritmo, um fio condutor narrativo menos ténue. Mas de uma coisa não nos podemos queixar em relação a ele, a imprevisibilidade (pois, ninguém tem a noção de "onde aquilo vai dar")... o que, ironicamente, até é um ponto chave de um bom thriller.
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