Irão, década de 1980. Sahel é um poeta iraniano cuja vida foi destruída durante a Revolução Islâmica. Condenado injustamente a 30 anos de prisão, sobrevive a cada dia agarrado à esperança de vir a reencontrar Mina, a mulher com quem casou e a quem sempre dedicou a sua arte. Mina, por seu lado, é presa por se ter negado a assinar os papéis do divórcio. Quando é libertada, dez anos depois, é-lhe dito que Sahel morreu. Cheia de mágoa, decide partir para Istambul (Turquia), onde tenta refazer a sua vida com os dois filhos pequenos. Três décadas depois do encarceramento, Sahel pouco mais é do que a sombra do homem que foi. Finalmente em liberdade, o seu maior desejo é reencontrar a família que lhe foi tirada. Mas o seu estado mental, depois de anos de tortura e maus tratos, torna difícil a sua adequação ao mundo. Assim, ao mesmo tempo que se tenta reencontrar como ser humano, é forçado a reviver lembranças que o levam a sentimentos de revolta difíceis de conter. Mas, depois de tanto tempo, será que o amor entre eles se manteve intacto?<br /> Estreado em 2012, no Festival de Cinema de Toronto, é inspirado na história verídica do poeta curdo-iraniano conhecido pelo pseudónimo Sadegh Kamangar. Esta história dramática, sobre várias injustiças praticadas ao longo dos anos no Irão, marca o regresso à realização de Bahman Ghobadi ("As Tartarugas também Voam", "Os Gatos Persas") após o seu exílio, em 2009. O elenco conta com Behrouz Vossoughi (também obrigado a exilar-se há mais de 30 anos), Monica Bellucci, Yilmaz Erdogan, Caner Cindoruk e Beren Saat, entre outros. PÚBLICO