Ruína Azul

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Thriller 90 min 2013 M/16 22/05/2014 EUA

Título Original

Blue Ruin

Sinopse

Dwight (Macon Blair) passou os últimos anos sem rumo, mendigando e recolhendo pela praia garrafas de plástico que troca por algum dinheiro para sobreviver. A sua vida corre normalmente até receber a notícia de que Will Cleland foi libertado da prisão após ter cumprido uma pena de 20 anos por homicídio. Movido por uma sede de vingança, este homem de aparência inofensiva rouba uma carrinha e uma arma e segue para Virgínia (EUA), onde se localiza a casa onde nasceu e onde pretende reencontrar Cleland. Mas a desforra que Dwight deseja acima de tudo vai dar início a um inevitável ciclo de violência que parece não ter fim...<br /> Um "thriller" psicológico assinado por Jeremy Saulnier que marca o regresso do realizador depois do sucesso da comédia de terror "Murder Party", em 2007. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Ruína Azul

Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Ruína Azul

Marcela Monte

<p> (contém spoiler) </p><p> O Protagonista é um carro, pintado de azul, velho e ferrugento que, além de andar muito, serve de casa, câmara funerária e tudo que se quiser imaginar. O palerma que o conduz é muito limpinho, até assalta casas para tomar banho e fazer a barba. A motivação para as mortandades, com apresentação de um arsenal de armas bastante sofisticadas, é um velho crime de "honra": os bandidos mataram o pai do palerma porque ele seduziu a mãe deles. Esta santa senhora, que até teve um filho com o falecido, não teve culpa nenhuma? No século XXI ainda há quem acredite nisto?</p>
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Vingança & Família, SA

Pedro Brás Marques

Há já algum tempo que não viu um filme tão “seco” e “duro”. Família e vingança são temas cuja associação é clássica. Mas, aqui, Jeremy Saulnier oferece-nos um retrato desprovido de qualquer sofisticação ou encanto, apelando ao que de mais básico pode ter a natureza humana. <br />Estamos numa América ‘pura’, longe das cores e do glamour de Nova Iorque ou de Los Angeles e onde Dwight, um maltrapilho, vai sobrevivendo como pode, habitando um decrépito carro que lhe serve para tudo. Até que se apercebe que um determinado criminoso irá ser libertado. Incrédulo, vai até à porta da prisão, onde obtém a confirmação do seu receio: o homem condenado por lhe ter assassinado os pais, estava livre. Imediatamente só uma coisa lhe preenche o pensamento: vingança. Sem estabelecer qualquer plano, consegue atacar o assassino e matá-lo. O problema é que este acto vai desencadear uma outra vingança, a da família do assassino tornado vítima sobre a irmã e os sobrinhos de Dwight. Violência gera violência e ela, em “Ruína Azul”, não é apenas gráfica. É impossível não achar que existe alguma “justiça” nos actos de Dwight, basicamente um filho a tentar vingar a morte dos pais, substituindo-se a uma Justiça que pactuou com o criminoso. Esta empatia com a personagem é evidente, até pela própria ingenuidade das suas acções. Dwight poderia ser qualquer um, tal a simplicidade das suas acções. <br />Aliás, “simplicidade” é uma palavra que assenta como uma luva a este filme. Não há grandes considerações a tomar ou complexidades argumentativas. « ‘A’ assassinou familiares de ‘B’ que o quer matar por isso». Todas as acções são claras e lineares, não há planificação das opções. É caça pura, independentemente do “lado” em que as personagens se encontrem. <br />A tal “secura” de sentimentos que emana das personagens do filme evoca muito do universo dos irmãos Cohen, claro! Mas fizeram-me recordar uma outra pérola do cinema independente americano, “The Shotgun Stories/Crimes de Caçadeira”, de Jeff Nichols (que também “usou” este tipo de ambiente no brilhante “Procurem abrigo”, ambos com esse extraordinário actor que dá pelo nome de Michael Shannon). Também ali, na América profunda, muito para trás dos holofotes cosmopolitas, se narrava uma história de vingança familiar. <br />O cinema independente norte-americano continua a produzir filmes que fazem envergonhar a maior parte das grandes produções de Hollywood. Aqui não há fantasia, ‘happy-endings’ ou histórias de encantar. Há pedaços da vida de pessoas normais, com as angústias e os sofrimentos que as levam a tomar decisões que lhes podem levar a pôr fim à sua própria vida. Mas que também não conseguiriam continuar a viver se o não fizessem, pois ficariam com a vida em ruínas. Azuis.
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"Ruína azul", que tem como ponto de partida uma clássica história de vingança, é-nos vendido como sendo um dos mais interessantes/criativos trillers do ano made by cinema independente norte-americano (de tal modo que foi exibido em inúmeros festivais, recebeu a benção da generalidade da critica especializada - que não poupa adjectivos para o qualificar - e o realizador já é comparado com os irmãos Coen, David Fincher e Alfred Hitchcock). Todavia, este "anti-blockbuster sobre um vingador "nada de especial que comete(u) erros" não me encheu as medidas, quiçá por ter entrado na sala de cinema com demasiadas expectativas. É verdade que o filme possui um interessante e atípico personagem base, tal como é, igualmente, verdadeiro que o realizador possui a mestria para ir saltitando subtilmente entre "géneros cinematográficos" (para além de que efectuou um excelente trabalho a nível estético ao dar principal evidência à cor azul - que lhe confere um toque de melancolia visual), mas tal não foi o suficiente para, em momento algum, me dar o tal "clique". Mas, se calhar, a culpa é minha... que não tive capacidade para atingir o "cerne da coisa".
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"Ruína azul", que tem como ponto de partida uma clássica história de vingança, é-nos vendido como sendo um dos mais interessantes/criativos trillers do ano made by cinema independente norte-americano (de tal modo que foi exibido em inúmeros festivais, recebeu a benção da generalidade da critica especializada - que não poupa adjectivos para o qualificar - e o realizador já é comparado com os irmãos Coen, David Fincher e Alfred Hitchcock). Todavia, este "anti-blockbuster sobre um vingador "nada de especial que comete(u) erros" não me encheu as medidas, quiçá por ter entrado na sala de cinema com demasiadas expectativas. É verdade que o filme possui um interessante e atípico personagem base, tal como é, igualmente, verdadeiro que o realizador possui a mestria para ir saltitando subtilmente entre "géneros cinematográficos" (para além de que efectuou um excelente trabalho a nível estético ao dar principal evidência à cor azul - que lhe confere um toque de melancolia visual), mas tal não foi o suficiente para, em momento algum, me dar o tal "clique". Mas, se calhar, a culpa é minha... que não tive capacidade para atingir o "cerne da coisa".
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