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A Rapariga de Parte Nenhuma
Título Original
La Fille de Nulle Part
Realizado por
Elenco
Sinopse
<p>Após um violento ataque que a deixa quase inconsciente, uma jovem é salva por Michel Deviliers, um professor de Matemática reformado. Desde o falecimento da mulher, muitos anos antes, que vive exclusivamente para as suas intensas pesquisas sobre a Bíblia. Porém, a presença daquela mulher vai alterar a dinâmica a que ele se habituara, transformando a vida do velho professor para sempre...<br />Um filme dramático com argumento e realização do francês Jean-Claude Brisseau ("Coisas Secretas ", "Os Anjos Exterminadores"), que conta com os actores Virginie Legeay e Jean-Claude Brisseau nos principais papéis. PÚBLICO</p>
Críticas Ípsilon
Do segredo das coisas
Ler maisCríticas dos leitores
Solidão Absoluta
J.F.Vieira Pinto
Dora aparece no prédio de Michel, ensanguentada. Dá-lhe guarita e propõe-lhe, posteriormente, como herança, ficar com tudo que possui. Ela, habituada a não estar em lado nenhum, recusa! Esbatidas as formalidades – uma enorme diferença de idades – a jovem parece querer dar-lhe uma resposta afirmativa. É uma solidão absoluta aquela em que Michel vive. Não tem a quem deixar as coisas materiais que possui na sua casa, que mais parece um museu do cinema... Numa efémera abordagem na rua, por uma ex-aluna, esta pergunta-lhe porque é que não foi um professor de cinema ou de... Filosofia? Porquê a Matemática, quando a sua provável natural vocação seria o cinema? Com a chegada de Dora, Michel propõe-se preparar o seu inevitável fim. Seria ela a reencarnação da sua mulher falecida há 29 anos? Podemos especular muita coisa. Jean-Claude Brisseau provou ser um excelente realizador mas, pouco convincente como intérprete. Como seria “A Rapariga de Parte Nenhuma” com um actor de peso, se no cast incluísse, por exemplo, um Depardieu? Que, curiosamente é, “anatomicamente”, muito parecido com Brisseau -, provavelmente o filme ganharia (ainda) mais. Contenção no orçamento ou opção artística? Provavelmente, nunca o saberemos. (***)
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O Corpo e o Nada
Luís Coelho
Este é o título de um livro "fresquíssimo" que me ocorreu quando vi este filme. Mas também poderia ter-me lembrado de «O Ser e o Nada» de Sartre ou das obras de Nietzsche, pois que por este filme passa um pouco de tudo o que passa pela obra de Nietzsche: a temática religiosa, o mito, o simbólico, o eterno retorno, o mundo imaginário e, muito particularmente, o Nada. <br />Recheado de referências fundamentais, tanto cinéfilas, quanto literárias e psicanalíticas, este filme de Brisseau é um verdadeiro hino à Arte e à Inteligentsia. Encontramos o protagonista do filme num processo de reclusão semelhante à Renúncia e aquela rapariga que lhe aparece vem recriar a noção de tentação, o que, em última análise, fornece um sentido a uma vida que parece perder-se numa perpétua infelicidade. Como se, de algum modo, a Libertação dos mitos requeresse mais o encontro derradeiro com o 'Eu' (e este encontro possibilitasse - este sim - a Eticidade e o encontro com o Infinito) do que com o 'Não Eu'. Será a tentação, a vivência da felicidade na vida e no corpo o caminho verdadeiro para o 'Arché' de que fala o misticismo? Pois é neste mesmo mundo que faz sentido todo o conjunto de elementos que aparecem no filme: demónios, anjos, fantasmas, espíritos... um pouco como o mundo do Romantismo + Espiritismo + Inconsciente ao jeito do séc. XIX. <br />Quem não tiver essas referências "espirituais" dificilmente perceberá muitas das referências do filme. Mas quem possuir algumas dessas "chaves" o filme será decerto uma verdadeira massagem edénica. <br />No fim, volta obviamente o Nada no formato de uma Morte, mas é uma Morte desejável porque reificada na vivência da plenitude dos sentidos (falo do protagonista do filme ou de quem vir este mesmo filme?...).
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Ridículo
Rui Pedrosa Franco
Fosse esta película americana e seria já uma série concorrente a destronar os piores filmes de Ed Wood. Má montagem, problemas de anotação, má interpretação, história "martelada", tudo parece concorrer para que este filme - supostamente sério -, se torne uma palermice. Mas é francês, logo...
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