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Era Uma Vez na Anatólia
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
<p>Na cidade de Keskin, Turquia, uma caravana - da qual fazem parte advogados, coveiros, polícias e um médico legista - segue pelas estepes da Anatólia em busca de um corpo. Kenan, suspeito do homicídio, guia aqueles homens pela região tentando recordar-se do local onde sepultou o corpo. Diz que estava alcoolizado, que está confuso. Até que, depois de uma longa e exaustiva viagem, encontram o lugar que procuravam. O dia desperta, a vítima é recolhida e autopsiada ao mesmo tempo que a esposa do falecido chega para reconhecer o corpo. E é então que a causa e o motivo do crime são revelados. <br />Realizado pelo turco Nuri Bilge Ceylan ("Os Três Macacos", "Uzak - Longínquo"), o filme foi um dos vencedores do grande prémio do júri no Festival de Cannes de 2011, ex aequo com "O Miúdo da Bicicleta", de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne. Ceylan viu o seu nome indicado para a Palma de Ouro. PÚBLICO</p>
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Cineasta Autor
J.F.Vieira Pinto
<p>A belíssima fotografia deste "Era Uma Vez na Anatólia", justifica por si só, a sua visualização no grande ecrã. E. se a tentação é a de compararmos com "Os Três Enterros de um Homem" (Tommy Lee Jones), essa "comparação" vai-se ao longo da sessão dissipando! <br /><br />Desde os problemas da próstata do Procurador ao pragmatismo do Comissário - que tenta resolver à bofetada o interrogatório ao suspeito, à forçada hospitalidade do presidente de junta da aldeia envelhecida - que aproveita a presença das "forças vivas" para meter uma "cunha" para as obras do cemitério, tudo nos remete para a anedota social, onde o "poder" público e judicial é (aparentemente) representado. <br /><br />Ao caricato da situação, questiona-se a certa altura que, com aquelas condições, como pode a Turquia entrar na União Europeia? Provavelmente, já muitos dos espectadores teriam feito essa mesma pergunta. Portugueses que somos perguntamos: qual a diferença entre esta Anatólia e as nossas "Anatólias"? Basta percorrer o país real para vermos que as semelhanças são imensas: a Turquia, não é assim tão distante...<br /><br />"Era Uma Vez na Anatólia" não é nenhum "Western", muito menos um "road movie" - lamento as inevitáveis comparações. Nuri Bilge Ceylan (o Autor) segue o seu próprio caminho, evitando conspurcar-se nos clichés de Hollywood e ainda bem para nós, os que (ainda) gostam de cinema.</p>
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Foi na Anatólia, podia ser no Alentejo
Joao Luz
<p>Trata-se de uma história policial sobre a reconstrução de um crime. A história desenvolve-se desde o pôr do Sol ao meio dia seguinte.<br />Os personagens, polícias, guardas, chefe da polícia, procurador, médico e suspeitos, à execeção do regedor da aldeia, podiam, com pequenas diferenças ser portugueses.<br />É um filme sobre a morte e o seu impacto nos vivos. Não é um filme de ação. Aconselho.</p>
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Era Uma Vez ... Um País Real
MIGUEL COSTA
<p>Diz que é uma espécie de investigação CSI pré-histórica (13 homens - 2 suspeitos de homicídio, 1 magistrado, 1 médico legista, 1 militar, 2 policias, 3 motoristas e 2 coveiros - deambulam em busca do local onde uma vitima de assassinato alegadamente foi enterrada), filmada em "câmara (muito) lenta", algures na inóspita Turquia profunda. É um filme que tem tudo para ser chato, e que até é chato (a lentidão das cenas aliada à sua excessiva duração em relação ao q tem para nos "dizer" (2.30 horas), faz-nos mudar de posição na cadeira inúmeras vezes), mas que vamos descobrindo, aos poucos, ser uma (quase) obra-prima em termos técnicos. De facto, muitos dos frames (que nos primeiros 75 minutos são filmados - num registo "road movie" - exclusivamente durante a noite (escura como breu), tendo por única iluminação os faróis de 3 carros ou a luz de candeeiros a petróleo, são autênticos quadros vivos. Já no que respeita ao argumento o entusiasmo não é tão exacerbado, todavia, após alguma reflexão chega-se à conclusão que o filme transmite nas entrelinhas muito mais que aquilo que transparece numa 1ª leitura (na medida em que poderá ser visto como o retrato de uma sociedade estratificada e conservadora).<br />Em suma, poder-se-á dizer que é um produto que se vai "entranhando" (e, possivelmente, daqui a uns tempos ainda o vou considerar como um dos melhores filmes do ano - mas espero que não!)</p>
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