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A Pele Onde Eu Vivo

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Drama, Thriller 120 min 2011 M/16 17/11/2011 ESP, EUA

Título Original

Sinopse

Há 12 anos, Robert Ledgard (Antonio Banderas), um cirurgião plástico reconhecido pelas suas investigações em terapia celular, perdeu a mulher num terrível acidente de viação que lhe causou queimaduras e lhe desfigurou o rosto. Desde então, vive em clausura na sua mansão, obcecado com a sua nova descoberta: uma pele artificial que, apesar de sensível ao tacto, não sente dor e é quase indestrutível. Porém, o avanço da pesquisa presume encontrar uma vítima que se possa transformar numa cobaia humana. Para isso, o Dr. Ledgard decide ultrapassar todos os conceitos éticos ou deontológicos, tornando uma jovem sua prisioneira.<br />A mais recente obra de Pedro Almodóvar retrata a obsessão, a vingança e a capacidade de sobrevivência. O argumento baseia-se na novela de terror "Mygale", escrita em 1995, pelo francês Thierry Jonquet. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A Pele Onde Eu Vivo

Luís Miguel Oliveira

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Vasco Câmara

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Psicopata espanhol

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

O melhor

João

<p>Sem sombra de dúvida e após o ter visto há cerca de dois meses, continuo convencido que este é o melhor filme de sempre de Almodóvar. Passou de realizador de culto para o Olimpo do cinema.</p>
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Almodovar light

Miguel Costa

<p>Na minha cabeça o Almodóvar continua a ser sinónimo de neurose, obsessão, histeria, promiscuidade, sexo "descontrolado" (hetero, homo, bi, travesti ... "tudo ao molho e fé em deus"), personagens (sobretudo mulheres) deliciosamente "feias" e desestruturadas, histórias macabras, choro e riso compulsivos. Tudo isto "condimentado" com altas doses de "non sense" e "kitsch"... e muitas cores garridas!!!<br />Mas, lá diz a "lei da vida" que as pessoas têm que "evoluir", e Almodóvar não foge à regra, pelo que enveredou na exploração de outros géneros cinematográficos (continuando, contudo, com um cunho pessoal facilmente identificável e a ter sempre como "pano de fundo" - e este filme é disso um exemplo - as suas obsessões com traição, solidão, identidade sexual e morte), dai resultando também excelentes produtos, como "Carne viva", "Tudo Sobre a minha mãe", "Fala com ela", "Má Educação" e "Volver" (sendo que desta sua "nova fase" apenas há um filme que nitidamente detestei: "Abraços Desfeitos").<br /><br />Desta vez o Almodóvar decidiu dar os "primeiros passos" num outro género cinematográfico, um misto de terror "soft" (sem sustos nem gritos)/ficção cientifica/thriller, através do qual nos relata a história daquele que poderia ser o Frankenstein dos tempos modernos. Resultado? Hummm... "Nim"! É demasiado sóbrio (para o universo almodovariano, claro). Utilizando um termo comparativo idiota, pode dizer-se que tive a mm sensação de quando como canja, ou seja, "gosto, mas n é bem sopa".<br />Porque razão "o que foi não volta a ser"? <br />Em definitivo, há pessoas que deveriam ser proibidas de "mudar"!</p>
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Diana Dias

Diana Dias

<p>Não serei eu talvez a pessoa certa para comentar este filme. <br />Mas considerei incrível como num único filme foram abordados tantos temas da actualidade. Foi o primeiro filme que vi de Pedro Almodóvar e fiquei impressionada.</p>
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A marca na pele de um estilo

André Lamas Leite

O estilo é inconfundível: grandes planos, filmagens ao sabor de um respirar ora lento ora ofegante, a crueza da realidade e o abandono de efeitos especiais que, muitas vezes, só existem para esconder a mediocridade. Almodóvar em grande estilo, porventura não na sua obra-prima mas, claramente, em registo muito acima da média.<br />Prova o realizador, uma vez mais, que o cinema europeu não tem de ser chato para ser profundo, não tem de ser escuro para tratar de questões complexas. Almodóvar permanece encantado com a loucura humana, com o sentimento de perda que a morte sempre provoca e com a miríade de matizes que todos nós encontramos para com ela lidar. Umas mais saudáveis, outras, como aqui, do reino do patológico.<br />Dir-se-ia, ademais, que o realizador encontra a modernidade ou que esta última, por fim, alcançou Alomodóvar. As manipulações transgénicas, a mudança de sexo (ainda que forçada), a habituação a um corpo novo, a uma pele resistente ao fogo, nada mais são que metáforas modernas de angústias seculares: como reconhecermo-nos no e pelo corpo em que habitamos?<br />A resposta parece estar na frieza e na crueldade como nos vamos tratando nestes tempos que se dizem “civilizados”. A proposta do argumento passa, todavia, por uma crítica mordaz das relações humanas, por uma espécie de odor pútrido de carne que, de tanto feder, ameaça consumir a alma.<br />Excelente representação de Elena Anaya e bom papel de Banderas, neste reencontro com Almodóvar passados vinte anos de películas tão ousadas quanto polémicas. <br />Ah! Claro! O sexo. Esse continua em A pele onde eu vivo. Não poderia deixar de gritar “presente” na filmografia a que nos referimos. Porém, é agora mais suave, mau grado cenas que poderiam ser menos explícitas. Não por um qualquer puritanismo serôdio, que “não nos assiste” (expressão tão em voga…), mas apenas e tão-só porque o velado é, quase sempre, mais provocante e produtor de fenómenos imaginários mais profundos.<br />Confesso que abandonei a sala com um estranho aperto. Não na pele, mas em todo o peito. Porventura ainda não estarei bem na pele em que habito ou, talvez, hipótese mais provável, seja apenas o efeito de Almodóvar que tanto admiro: nunca me deixar indiferente ao que realiza, ao invés do “mundo maravilhoso de Hollywood”.
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Volta Pedro que estás perdoado!

Maria Ramalho

Um filme desastroso, uma total patetice. Triste ver um excelente realizador a fazer desfilar apenas bonitas imagens inspiradas na arte dos dias de hoje. Seriam bonitas instalações, fotografias ou cenários para espectáculos de dança contemporânea, mas um filme não!<br />Almodôvar a querer ser mais qualquer coisa que não é. Volta Pedro...
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A pele onde eu vivo

Antónia Pereira

<p>Este é um filme magistral onde se jogam as inquietações mais profundas do ser humano, radicalizadas por uma contemporaneidade em que aquilo que era metáfora ou metafísica se tornou concreto e quotidiano.<br />As velhas questões platónicas (e de sempre ...): quem sou? O que sou? Alma? Corpo? O que permanece de mim, para lá das transformações que transfiguram o meu ser-corpo - matéria? Eu sou "a pele em que habito" (e a pele é a fronteira entre o exterior/interior) ou sou "outra coisa" que permanece em mim como o meu "eu" mais autêntico, mais verdadeiro, que nada pode corromper? " Eu sou Vicente" é a frase final do filme como se Almodóvar se decidisse pela tese socrática da incorruptibilidade desse "eu" que resiste a todas as transformações/ agressões que o corpo (e a alma, por ele arrastada) sofre e que a ciência moderna levou ao grau último de manipulação (vidé cirurgia plástica). Sendo que o corpo, sendo ele próprio, é também metáfora para a manipulação da mente que as modernas técnicas de comunicação de massas tornaram no habitat quotidiano do nosso pensar.<br />É também na recusa da morte, do que se degrada, do que se perde, que se compreende a obsessão do Dr. Ledgard em fazer reviver a filha morta precisamente pela manipulação do corpo daquele que foi pretensamente responsável pela sua corrupção.<br />E que dizer daqueles dois irmãos, aparentemente tão diferentes entre si (o demónio da mais primitiva bestialidade e o cientista, deus criador, produto acabado da mais avançada civilização)? Filhos da mesma mãe e afinal tão semelhantes, como faces da mesma moeda, natureza humana, misto de besta e anjo.<br />Metafísica pura, este novo Almodóvar! E da boa, daquela que nos deixa a pensar muito, muito tempo!</p>
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Uma nova direção para Almodóvar

David Bernardino

<p>Almodóvar, o realizador espanhol de culto, é primariamente conhecido por realizar filmes centrados na temática da família, dramas de regressos, relações secretas, chantagens, são o tema de eleição do espanhol. Em La Piel Que Habito, o drama familiar mantém-se mas é-lhe dado uma nova roupagem e uma nova atmosfera: Antonio Banderas interpreta um brilhante cirurgião plástico, perito em dermatologia que, traumatizado por a sua mulher ter sido vítima de um incêndio, dedica a sua vida actual a criar uma pele artificial superiormente resistente. Para isso tem a ajuda de Vera, uma linda rapariga que aceita ser a cobaia do cirurgião Robert.<br /><br />O que é fascinante na La Piel Que Habito e que torna este filme tão único na filmografia de Almodóvar é que, mais que um drama, é-nos apresentado um terror psicológico incómodo e revoltante, mas sempre com um sentimento de "calma". O enredo vai sendo construído com recurso a algumas elipses, que nos vão ajudar a compreender a forma de vida bizarra que Robert, Vera e Marilia, governanta e ajudante, partilham. Parece influeciado por ideias como Saló de Pasolini. Na verdade esta atmosfera de terror, que não é terror, vai dar às personagens o espaço necessário para desenvolver a sua frieza e imoralidade que por vezes chega a enojar-nos.<br /><br />A interpretação de Antonio Banderas, a par do eficaz enredo, é o ponto alto do filme. É de acordo comum que Banderas é considerado um bom actor, mas sinceramente não me consigo recordar de nenhuma prestação na sua vasta filmografia em que estivesse melhor. Está soberbo. O papel de médico sem moral parece estar feito de propósito para ele.<br />Em termos de cinematografia, propositadamente as cores vivas de filmes anteriores são abandonadas em favor de uma palete mais metálica, mais "laboratório", de forma a corresponder à atmosfera de não-terror de" La Piel Que Habito". No entanto os detalhes, as posições dos objectos, características típicas de Almodóvar não se perdem. Este é claramente um filme do seu autor, apenas uma exploração diferente. E muito bem sucedida!<br /><br />Longe de pretensioso, coisa que provavelmente se poderia acusar a algumas das obras anteriores do espanhol, este é um filme com um lugar muito próprio no cinema, algo de único pelo seu estilo. É algo que não é exactamente um filme "muito bom", digno de 4 estrelas, mas que pela sua originalidade e pelo simples facto de não apresentar falhas visíveis (talvez apenas alguma confusão quanto à identidade de uma ou outra personagem mas que sem uma grande dificuldade se chega lá) merece um lugar de grande destaque. Vivamente recomendado.<br /><br />Originalmente publicado em retroprojeccao.blogspot.com</p>
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Magistral

Natália Costa

<p>Há pessoas que são génios nas respectivas áreas de actuação. É o caso do Sr. Almodóvar no que toca à sétima arte.<br />Almodóvar tem o dom de surpreender e exceder-se a cada nova película.<br />Esta não é excepção. "La Piel Que Habito" é um dos filmes mais singulares dos últimos anos.<br />Para além deste dom, Almodóvar tem a capacidade de filmar os seus actores e actrizes duma forma única. Todos os personagens almodovorianos possuem particularidades que os tornam belíssimos. Elena Anaya está absolutamente deslumbrante e Banderas parece que se revigorou nesta película. Não sou capaz de me recordar da última vez que o vi, mas parece-me que ganhou anos de vida neste filme, tudo graças à precisão deste realizador ímpar.<br />É impossível descrever "La Piel Que Habito". É uma experiência arrebatadora que cada um deve provar brevemente num cinema perto de si.</p>
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Uff .....irritante

Carlos

<p>Pedro Almodóvar consegue que o publico saia do filme irritado.<br />Para o autor é bom para o público um pavor.</p>
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