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Flor do Deserto
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
O filme retrata a história verídica da super-modelo Waris Dirie (Liya Kebede). Nascida na Somália em 1965, no seio de uma tribo de pastores nómadas foi, aos 13 anos de idade, vendida pela família para casar com um homem de 60. Nessa mesma altura foge e, percorrendo sozinha o deserto somali durante vários dias, chega a Mogadíscio onde uns parentes a acolhem e a enviam para Londres. Já em Inglaterra, foi empregada de mesa até ao dia em que foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson (Timothy Spall). A partir daí, a vida de Waris mudaria radicalmente, sendo transformada numa modelo internacional. E foi no auge da sua carreira que, ao revelar ao mundo que fora vítima de excisão feminina aos cinco anos, inicia uma luta contra a esta tradição, tornando-se embaixadora da ONU.<br /> Realizado por Sherry Horman, é baseado na autobiografia de Waris Dirie que se tornou, em 1998, num best-seller em todo o mundo. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Flor do deserto
Jesus Almeida
<p>Lindo filme baseada na história real de uma jovem Africana... Gostei, uma história incrível, que o filme focaliza muito bem. </p>
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Denúncia sim, bom filme não...
Fernando Costa
Apetece gostar de “Flor do Deserto” pela denúncia mas enquanto obra cinematográfica não é um bom filme e é uma pena, porque a denúncia da mutilação genital feminina merecia melhor veículo. “Flor do Deserto”, escrito e realizado por Sherry Horman (com argumento revisto por Smita Bhide), é baseado na autobiografia de Waris Dirie e conta a história de uma mulher da Somália que parte para o Reino Unido para fugir a um casamento por encomenda e se torna numa modelo de sucesso. Mas há um pormenor, é que Waris acaba por descobrir na Europa que foi vítima de mutilação genital enquanto criança, mutilação esta que Waris pensava ser comum a todas as mulheres “boas”. O filme tem lugar maioritariamente em Londres e constrói-se através de “flash-backs” que nos levam aos tempos de infância de Waris. Se o segmento londrino inicial pode dizer-se regular, os segmentos na Somália (exceptuando a última cena, mas já lá vamos) não são bem conseguidos e oscilam entre a “glamourização” e aparente artificialidade de cenas de pobreza e de violência. O segmento londrino é melhor mas também desequilibrado, se por vezes consegue de forma honesta olhar para a protagonista Waris Dirie, outras vezes, e sobretudo nas cenas que envolvem o mundo da moda, é desinteressante. Algumas personagens secundárias são retratadas de forma um pouco exagerada roçando o esboço/estereótipo; outras que até pareciam existir são “ridicularizadas” no decorrer do filme. Apesar do tema da mutação genital merecer toda atenção pela atrocidade e pela completa violação dos direitos humanos e da mulher, não existe uma verdadeira abordagem das consequências psicológicas (e físicas) da mutilação e se no segmento inicial a personagem de Waris parece ser algo mais que superfície, à medida que o filme progride e Waris vai entrando no mundo da moda essa superficialidade vem ao de cima e só no segmento da confissão "pública" (falo da entrevista com a jornalista) é que a personagem recupera alguma da dimensionalidade que tinha no segmento inicial. A culpa deve ser dividida entre realizador e actriz, esta última que em determinados momentos vemos ser capaz de fazer melhor. O problema de “Flor no Deserto” é que não é um filme sobre a mutilação genital feminina, mas sim sobre a ascensão de Waris Dirie (que não é original). Sim, ao seguirmos Waris ficamos com alguma percepção da cultura e da sociedade da Somália mas tudo através de um olhar exterior, diríamos quase de turista. É claro que no meio de tudo isto há a denúncia. E a cena da mutilação genital é filmada com suficiente pudor mas sem nunca deixar de ser desconfortável e de denunciar a realidade dessa prática atroz. A escolha do realizador de mostrar a cena apenas no fim do filme pensamos ser acertada - é que a denúncia dessa prática é o que o filme tem de melhor e é a mensagem que o espectador deve levar para casa. Tudo o resto já vimos anteriormente, não está particularmente bem filmado e/ou é “paisagem”… Em resumo, a história de Waris Dirie, rapariga da Somália tornada modelo não é (não foi tornada) interessante o suficiente para originar um bom filme. O filme vale pela denúncia da prática da mutilação genital feminina mas como obra cinematográfica é desinteressante. *(1/5) PS - O conhecimento da história de Waris Dirie provocou uma onda de leis que proibiram a mutilação em vários países. Aparentemente não foi totalmente eficaz e a acreditar no filme cerca de 6000 crianças sofrem ainda mutilação genital diariamente. Vale a pena pensar nisto...e talvez fazer alguma coisa por isso... http://www.fgmnetwork.org/index.php
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A realidade após o deserto
Batista
Baseado no livro a Flor do Deserto e em factos reais, estamos a falar de um assunto que nos dias que correm ainda, lamentavelmente, continua acontecer. A mutilação genital feminina. Trata-se da história de uma jovem que veio da Somália e por obra do destino chegou a Londres e conseguiu mudar a sua sorte. Para quem não leu o livro, vá ver. Para quem o leu, vá também. E leve alguém consigo para que esta situação seja divulgada e condenada. Um bom filme sobre uma história verdadeira. See it in Festróia 2010
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