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Fantasia Lusitana
Título Original
Fantasia Lusitana
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Sinopse
Um documento com imagens de arquivo e testemunhos de alguns dos milhares de refugiados que, na década de 40, durante a fuga da Europa nazi, usaram Portugal como ponto de passagem. João Canijo faz uma análise sociológica de um país que se recusou a admitir o que se passava no resto do continente, vivendo numa espécie de fantasia e isolamento moral, como se nada lhe dissesse respeito. Integra ainda textos de Alfred Döblin, Erika Mann e Antoine de Saint-Exupéry, lidos pelas vozes dos actores Hanna Schygulla, Rudiger Vogler e Christian Patey.<br />Este é um documentário sobre, segundo as próprias palavras do realizador, "os dois níveis de realidade em Portugal, o mundo em guerra e a fantasia do país neutral, o mito criado por Salazar". Filme de Abertura do festival IndieLisboa''10. <br />PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Paz enganadora
JPT
Antes de mais, o filme: uma interessantíssima e bem elaborada colagem de imagens e depoimentos acerca de Portugal entre 1939 e 1945, cuja interpretação dos eventos que documenta não se impõe ao espectador (daí, quem sabe, as más notas dos espectadores, frustrados por o filme não ser o hino anti-salazarista que esperariam) e que, a única coisa que realmente demonstra é que, por virtude das gerações de políticos, educadores e “agentes culturais” pós-25 de Abril, somos um país sem memória visual do nosso século XX. Saúde-se, assim, João Canijo (que já era o nosso melhor autor de ficção) por ter aberto uma janela sobre um tempo essencial à história Europeia e sobre o modo como lhe sobreviveram o governo português, os portugueses e os estrangeiros acossados que Portugal brevemente acolheu. Quanto à crítica que antecede, assusta que, no Século XXI, se associe a “possibilidade” de Portugal “se assumir” à sua participação numa guerra selvagem e que não lhe dizia qualquer respeito. Se já impressiona que, entre 1917 e 1918, muitos milhares de aldeãos analfabetos portugueses tenham morrido ou sido estropiados na Flandres e em Moçambique, sem perceberem porquê, só para que, no entendimento de Afonso Costa, Portugal se “assumisse”, apavora saber que, quase um século depois, ainda se associa a nossa “assunção” à necessária morte de mais uns milhares de aldeãos analfabetos portugueses numa guerra, essencialmente, entre Hitler e Estaline (ou, como diz o crítico “Entre a Civilização e o Mal, entre a Democracia e a Tirania”). Até Salazar, que era um ditador reaccionário e tacanho (ou se calhar por isso mesmo), conseguiu perceber o valor da comezinha e corrupta Paz.
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