Um belo filme. A comunicação (ou a falta dela). A aceitação (ou a falta dela). O dia-a-dia que, sem saber e sem querer, mina o modo como nos relacionamos com os outros. Palavras ou gestos que apesar de banais, podem ter um efeito devastador.

A existência deste tipo de filmes só se justifica pelo segiunte: como os governos dão subsídios para a realização de qualquer "obra de arte" de meia tigela, os produtores e realizadores apresentam os seus projectos, embolsam o dinheiro do subsídio e fazem uma treta qualquer com diálogos vazios, sem nexo e repetitivos, pobre no conteúdo e na resolução da própria imagem. Como é que alguém pode atribuir um prémio a um filme com 2 figurantes, que simulam cenas de anormalidade completa, de desvario, sem dizerem patavina um ao outro? Isto é cinema intelectual? Gosto de cinema europeu, mas, isto, é de esquecer.

O filme espelha a forma como as pessoas com quem o casal se relaciona condicionam a própria vida do casal, como é difícil conciliar as identidades individuais com a identidade enquanto casal, e a coragem que é precisa para assumir perante os outros uma relação que poderá não ser tão bem aceite, ou que nós temos a percepção que não será bem aceite pelos outros.