O Último Rei da Escócia

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Thriller, Drama 121 min 2006 M/16 15/02/2007 GB

Título Original

Sinopse

Um jovem e ingénuo médico escocês chega ao Uganda esperando aventura, romance e prestar alguma ajuda médica a um país com necessidades. Mas aquilo que encontra é uma chocante viagem ao mais sombrio local do mundo: o coração humano. Misturando ficção e realidade, "O Último Rei da Escócia" recria o Uganda em 1970, sob o jugo do ditador Idi Amin (Forrester Whitaker). É um retrato tanto do psicótico e carismático governante que devastou o seu país, mas também de uma testemunha da história que finalmente encontra coragem para enfrentar a situação. Pouco tempo depois da chegada, o jovem Dr. Garrigan é chamado pelo próprio auto-proclamado Presidente por causa de um bizarro acidente. Garrigan impressiona o ditador, já por si fascinado pela cultura escocesa, e Idi Amin acaba por convidá-lo para seu médico pessoal. Esse convite inicia uma viagem ao centro de um dos maiores reinos de terror de África e torna Garrigan confidente e testemunha de acontecimentos atrozes. Perdido num abismo moral, o jovem médico acaba por decidir tentar parar toda aquela insanidade. <br/> Forrester Whitaker somou prémios para melhor actor com o papel do ditador: Óscar, Globo de Ouro, Prémio ddas Associações de Críticos de Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Florida, Boston.<p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

Whitaker: o embondeiro que esconde o capim

jpt

É irónico que a (justamente) premiada prestação de Forest Whitaker tenha tido o efeito – especialmente grave tratando-se de Portugal – de lançar uma grande sombra sobre a mais interessante reflexão sobre o colonialismo que me lembro de ver num ecrã de cinema. É que, muito mais do que o exuberante Idi Amin, é a personagem do Dr. Garrigan que deveria interessar os portugueses, com a sua mistura de aventureirismo, cupidez e autismo, mascarados de boas intenções e superioridade moral a formar a perfeita parábola da relação do "homem branco" com África. A sua capacidade, espelhada magistralmente no filme, de viver no meio do massacre de 300 mil pessoas (incluindo as que ele próprio, com ingenuidade ou cinismo, mandou para a morte) sem pretender dar conta disso – senão, claro, quando já era tarde demais – é um retrato do confortável convívio com o horror (aqui, felizmente, não deixado à imaginação) que as conveniências sempre justificaram. A habilidade de Idi Amim para manobrar a vaidade, a ganância, o complexo de culpa e, por fim, o medo físico do seu "macaco branco" é um verdadeiro tratado do relacionamento dos tiranetes pós-coloniais com os seus antigo amos. A não perder (a não perder também a inconcebivelmente má tradução do filme).
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Forest Whitaker o leão do Uganda

Paulo Borges

O que dizer deste filme? Apenas que Forest Whitaker é um autentico leão na tela. De facto este actor tem um papel à altura e produz uma interpretação assombrosa repetindo o feito realizado no ano passado, pelo actor Philip Seymour Hoffman em "Capote", arrebatando a maior parte dos prémios de melhor interpretação masculina de 2006 incluíndo o Óscar de melhor actor.<BR/><BR/>O filme sem a sua interpretação não teria metade da projecção e qualidade e depois de ‘Bird- Fim do Sonho’ e ‘Host Dog: O Método do Samurai’ Forest Whitaker volta a um papel principal para interpretar Idi Amin, o selvagem ditador que governou Uganda entre 1971 e 1979 sendo responsável pela morte de cerca de 300 mil pessoas.<BR/><BR/>O filme é um história de ficção apesar de referências a factos ocorridos durante o período do seu domínio e conta a história de um médico que viaja para o Uganda procurando aventura e encontra um país em pleno golpe de Estado onde por infortúnio se torna conselheiro do “Senhor do Horror” e de uma forma inconsciente participa na criação de um monstro. <BR/><BR/>Além da aparência física entre actor e personagem e da excelente pronúncia, Whitaker cola-se a Amin numa personalidade covarde e instável, assombrada pela dureza do continente africano e à medida que vai perdendo o controlo do país torna-se num personagem mais louco e mais sanguinário, por forma a se proteger dos seus opositores políticos e que faz o ingénuo Dr. Garrigan colocar em causa a sua sanidade mental. Nisto Whitaker é como Amin, ou seja, brutal. <BR/><BR/>Os restantes actores fazem um filme razoável não comprometendo o filme, James McAvoy faz de médico inconsciente que vai ganhado consciência do que se vai passando à sua volta de uma forma bastante credível, Gillian Anderson que tem a cargo uma “dona de casa desesperada”, David Oyelowo um expressivo administrador hospitalar, entre outros, que apesar de não comprometerem o filme não conseguem ofuscar Whitaker.<BR/><BR/>A pergunta que se faz sempre é o filme vale o bilhete? <BR/>Sim, a interpretação de Whitaker é brilhante, mas não faz este filme melhor por exemplo que “Diamante de Sangue” ou mesmo do que “Hotel Rwanda”, isso fica-se a dever aos pormenores, eu achei a fotografia do filme muito desconsolante, a caracterização também podia ser um pouco melhor e apesar da história se centrar na perspectiva do médico, colocando Amin fora da tela em algumas ocasiões, este assume o filme na sua totalidade o que o torna (o filme) desequilibrado.<BR/><BR/>Pontuação - 7/10
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O poder de um ditador, o poder de um actor

Rita (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Em 1971, o Presidente do Uganda, Milton Obote, é deposto por um golpe de estado que coloca no poder o general Idi Amin, um homem com grandes aspirações pessoais para o seu país, mas que viria a revelar-se um perigoso ditador e cujo regime, que durou até 1979, produziu cerca de 300 mil mortes. <BR/><BR/>O filme de Kevin MacDonald (“Touching the Void”, 2003), adaptado do livro de Giles Foden (1998) por Peter Morgan e Jeremy Brock, faz uso de um personagem ficcional para evidenciar a assustadora espiral de quem entra no círculo de influência de um homem megalómano e paranóico que, seduzido pelo poder, vive no medo de o perder. <BR/><BR/>Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um jovem médico escocês que, temendo o aborrecimento de uma vida como médico de família e buscando a aventura, decide ir trabalhar para a zona rural do Uganda, onde espera poder fazer a diferença. Aquando de um acidente automóvel do Presidente Idi Amin (Forest Whitaker), os serviços de Nicholas são requisitados. Este primeiro encontro é suficiente para criar entre ambos uma forte ligação. Amin gosta de sinceridade e coragem de Garrigan, enquanto este não consegue escapar ao sedutor carisma e humor do líder africano. Em resultado, disso, Garrigan é convidado pelo próprio Amin para ser seu médico pessoal e ajudar a definir a política de saúde do país. Deixando para trás os seus ideais humanitários, Nicholas vê-se como uma presença assídua em eventos sociais, e inclusivamente substituindo Amin em reuniões, na categoria de “conselheiro”. <BR/><BR/>A ingenuidade ou egoísmo de Garrigan chegam a roçar o exagero, tantas são as opções estúpidas que ele vai tomando pelo caminho, até dar-se conta da sua cumplicidade tácita e da sua culpa moral. A personagem de McAvoy acaba por ser um símbolo do colonialismo e a sua tragédia pessoal é tanto mais irrelevante quando pensamos na tragédia de um povo que, à semelhança de muitos outros em África, tem a sua história marcada por sucessivos usurpadores, sejam eles nacionais ou estrangeiros. <BR/><BR/>“The Last King of Scotland” repousa totalmente sobre os ombros de Forest Whitaker (“Ghost Dog”, “Panic Room”), que consegue humanizar Amin sem desculpá-lo, movendo-se confortavelmente entre uma gentileza desarmante, uma sedução manipuladora e uma assustadora ferocidade. Com um forte contracena de James McAvoy (“As Crónicas de Narnia”), Whitaker consegue ser tão hipnotizante como terá sido Idi Amin. Com a vantagem do seu poder ser bastante mais lúdico. Uma das apostas seguras dos Óscar. <BR/><BR/><BR/>5/10
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As férias do rei

Carlos Natálio

Nos últimos anos têm surgido filmes medidos pelas interpretações dos seus protagonistas, ou por outra, veículos relativamente frouxos para representações virtuosas. O que levanta desde logo uma falsa questão: serão os grandes esforços interpretativos valorizados ao ponto de se alvitrarem em destruidores da dinâmica de um todo? Que assim o sejam vistos pelo olhar dos espectadores mais distraídos é uma coisa, que se erija em método de trabalho pelo qual um estúdio, uma equipa e uma história gravitem em torno de uma estrela e de uma estatueta sua cúmplice, é outra. Quer-me parecer que ainda que se esteja no campo dos "character movies" não é justificável o raciocínio do filme valer pelo seu intérprete ou pelas suas paisagens ou outro elemento qualquer. Na verdade falamos de pormenores que todos somados constroem um filme e não o inverso. E se há discussão que venha mais a propósito é esta, este ano motivada por “Last King of Scotland”, veículo de estrelato de Forrest Whitaker.<BR/> Nos últimos anos tem sido corrente pegar em personagens fortes, normalmente reais, como Truman Capote, Ray Charles, Howard Hughes ou Johnny Cash como forma de dar ao seu protagonista a oportunidade de brilhar, evocando traços reconhecíveis pelo grande público dessas figuras históricas. Tudo se parece ainda mais conjugar quando há um maneirismo, um trejeito bónus, que ajude a compor o retrato. Este ano o sucesso de tal fórmula confirma-se com a vitória de Whitaker do Óscar para melhor actor, com o seu ditador sanguinário Idi Amin. E paredes-meias, mesmo do lado feminino, a ideia reitera-se com Helen Mirren, a rainha Isabel de “The Queen” de Stephen Frears.<BR/>Não se trata aqui da exorcização de nenhuma fórmula, nem mesmo do subjugar do reconhecível talento dos nomes referidos. É somente o lado sombrio deste esquema que faz o cinema sair encolhido, como “The Last King of Scotland” parece ser disso claro exemplo. Estamos perante um argumento baseado num romance em tom verídico sobre as atrocidades do ditador do Uganda Idi Amin, responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas. Se poderia assustar tamanha carnificina em cinema mainstream, tais receios pareceram infundados ante o hábil mecanismo de entrada no universo biográfico de Amin: o recém formado médico escocês Dr. Nicholas Garrigan (James McAvoy) que decide numa viagem de assistência humanitária “barra” férias ajudar um casal de médicos numa pequena vila do país. Esse é o momento - estamos em 1971 - em que o general Amin leva a cabo um golpe de Estado e toma o poder no país. Num episódio em que Garrigan mostra sangue frio, Amin decide contratá-lo para ser seu médico pessoal e da sua família, composta por várias esposas e filhos. <BR/>E chegado aqui “The Last King of Scotland” é já uma história à deriva, onde o grande ditador se vai revelando um ser quase bipolar, oscilando entre a criança grande com o seu novo brinquedo e o sanguinário cruel. O dilema na construção de uma biografia oculta surge quando não podemos seguir a acção de Amin e estamos com o protagonista. Mas como o protagonista é um joguete no seio do novo sistema, a história vai escorrendo aos altos e baixos, bocejante, entre chamadas inesperadas do seu novo “patrão” (ou amigo?) e casos com mulheres locais. Essa dispersão diletante do veio narrativo é logo arranjinho entrevisto na “randomness” com que o médico, a início, escolhe o seu destino, o Uganda.<BR/>Desta deriva surge um punhado de personagens avulsas e, mais grave, uma noção esquemática e recorrente do que é ser um ditador no terceiro mundo e um encapsulado mental dos problemas que enfrentam os cidadãos estranhos a este tipo de regimes. Os actores são sempre eles que vão dando um cunho realista a esta “fábula abstracta do mundo”, a par com as belíssimas paisagens locais. Mesmo as imagens documentais de Amin no final não fazem esquecer a ambiência fantasiosa de toda a obra, apetecendo responder com ironia, que é tiro no pé sim senhor, quando Amin pergunta a Garrigan se pensava que vinha a África de férias. E se tivermos em conta a descontracção e o bom humor de algumas passagens com Amin, como estratégia de encobrimento dos obscuros meandros políticos e militares do seu regimes, temos, com um toque de deliberado exagero, um filme descaradamente ameno e exótico.<BR/>Uma última palavra para Kevin Macdonald que na passagem do documentário à ficção talvez tenha sido vítima de uma transição híbrida. Ficcionar com enorme convenção, material tão agudo, terá sido certamente desafio demasiado. 3/10<BR/>
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Aventuras do macaco branco

Nazaré

Um médico escocês acabado de formar, desejoso de aventura e de escapar da sombra do pai, vivendo em corpo e espírito os sensuais anos 70, vai trabalhar para um hospital rural no Uganda. E logo o seu caminho cruza-se com o do novo Presidente do Uganda, Idi Amin, e daí começa uma associação que dura vários anos, vividos no círculo mais íntimo deste ditador africano, como médico pessoal e da família, e também como conselheiro. O que no início é a plena satisfação dos seus desejos acaba por tornar-se num pesadelo, a certo ponto escapando por um triz de ter uma morte cruel segundo ritos tribais.<BR/><BR/>Filme inspirado em personagens e acontecimentos históricos, não precisa de ser rigoroso em relação à historicidade para ser o talvez mais efectivo documento duma doença incurável, o poder. É inútil ser-se médico de pacientes com esta doença. O personagem de Idi Amin (Forrest Whittaker é excelente) mostra-nos o que se revela nos seus portadores (ou possuídos): paranóia, mentira, crueldade, maldade, desrespeito... E no final a sala está emudecida perante tal espectáculo, ainda atónita com o ódio que tais personagens podem fazer sentir.<BR/><BR/>Teria sido melhor para o médico (muito bem protagonizado por James McAvoy) ter voltado para o hospital no campo e continuado no caminho inicial? Pelo relance que temos da inglesa que ele lá conhecera, percebe-se que acabaria por ter fugido do Uganda à mesma, que teria assistido a outros horrores.<BR/><BR/>Pelo menos pôde contar ao mundo o que viu dum ditador, afinal, nem melhor nem pior que os outros. É tão bom viver em democracia!
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Melhor actor só se for, infelizmente, secundário

FS

Um filme totalmente à deriva, centrado numa personagem principal (infelizmente o médico) que não se percebe se é infantilmente ingénuo ou se só estúpido. O realizador tem ainda a suprema lata de, no final, colocar em legenda que 300 mil foram mortos pelo regime de Amin. Isto depois de duas horas em que não há uma demonstração da sua loucura sobre o povo do Uganda. Opta sim, à mau filme de terror, por mostrar gratuitamente a tortura do médico. Inacreditável.<BR/>Whitaker é excelente (como é habitual) mas não me lembro de um nomeado para melhor actor principal que estivesse tão pouco tempo em cena (30 minutos?).
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Será mesmo só em África?

C.Sousa

Um belo filme, com um argumento interessante, representações muito acima da média. Regressar aos anos 70 e recordar uma das constantes tragédias que sistematicamente atravessam o Continente Africano.<BR/>Julgo que apesar da intensidade dramática, muito fica por contar mas o que se descobre e adivinha é suficiente.<BR/>Então como agora o poder, o povo, as condições de vida, a dignidade humana, pinceladas de tudo isto e no fim a sensação que será difícil esquecer mais esta personagem que se situou em África mas que situações posteriores colocam noutros Continentes. Um belo pedaço de história.
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Óscar (quase) na mão

FMMMetal

Não deve haver grandes surpresas quanto à entrega do Óscar.
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