Juventude em Marcha

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Drama 155 min 2006 M/12 23/11/2006 FRA, POR, SUI

Título Original

Juventude em Marcha

Sinopse

Em competição no último Festival de Cannes, "Juventude em Marcha" é o último filme de Pedro Costa ("Ossos", "No Quarto da Vanda") e um regresso ao Bairro das Fontaínhas. É um retrato das transformações das comunidades que habitam o bairro, a partir do olhar de Ventura, um emigrante cabo-verdiano, operário da construção civil reformado, que assiste à destruição das barracas e ao realojamento num novo bairro. O início de uma nova vida, mas o fim de uma comunidade que tinha fundado nessa precariedade laços de solidariedade. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Jorge Mourinha

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Mário Jorge Torres

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Laços de sangue

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Um complexo poema

Rita (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

"Juventude em Marcha" é o regresso de Pedro Costa à comunidade cabo-verdiana do bairro das Fontainhas (Amadora), depois de "Ossos" (1997) e "No Quarto da Vanda" (2000), um mais ficcional, outro mais documental. É mais no sentido deste último que Pedro Costa observa as suas personagens, à medida que a sua vida muda após a demolição do bairro e das casas novas no bairro social. Ventura, um emigrante cabo-verdiano e o fio condutor deste filme, passeia-se pelos bairros e pelos filhos (verdadeiros ou falsos), escutando as suas histórias de pequenas lutas diárias, que são apenas as partas da grande luta que é a vida. Em tom de oração, uma carta é repetida, para que Lento, um destes "filhos", possa decorá-la - à falta de caneta - e enviá-la à sua mulher. Pedro Costa envolve-se emocionalmente nesta dura realidade social, e é fácil perceber que o seu empenho vai bem para lá do profissional.<BR/><BR/>A recompensa é podermos entrar no mundo deles, como se dele fizéssemos parte. Pedro Costa filma quase tudo em tempo real, em cenas exaustivamente ensaiadas, e com textos visivelmente estudados por actores amadores que são ao mesmo tempo as personagens que desempenham. Mas infelizmente, a dedicação de Pedro Costa aos seus actores/personagens e às suas histórias não é contagiosa. Não sei dizer se isso se deve ao facto de eu não ter visto os outros filmes dele, mas confesso que rapidamente me cansei delas. Nem sequer exigia que elas tivessem um rumo, que isso visivelmente não foi factor de preocupação, mas esperava que pelo menos neste (longo) momento em que foram captadas tivessem mais coisas para contar.<BR/><BR/>O belo trabalho de imagem de Pedro Costa e Leonardo Simões, com uma luminosidade surpreendente, coloca este filme numa categoria de obra estética que poderia muito bem funcionar num meio fotográfico, mas que em cinema se alonga demasiado. Numa exposição, o espectador dedica a cada imagem o tempo que deseja, no cinema esse tempo é definido pela realização e pela montagem. Para a minha velocidade de entendimento da atmosfera destas pessoas, bastaria menos, muito menos tempo. A isto adiciona-se o facto que a ligação temporal entre os diversos quadros (porque é isso mesmo que parecem), baralhados temporalmente, não é evidente nem clara, exigindo uma atenção e uma paciência que nem sempre resistem. E isto que eu nem me considero uma espectadora particularmente inquieta e ansiosa.<BR/><BR/>Para mim, "Juventude em Marcha" é como um poema que tentamos entender, mas não entendemos. Colocamo-lo de lado para um dia em que o discernimento seja mais apurado. E se, para tal, conseguirmos reservar uma boa quantidade de tempo. Nota: 5/10.
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Tudo muda e tudo fica na mesma

jose belicha

Infelizmente, já nos habituámos à ideia de que o cinema português não passa de uma colagem de imagens desprovidas de sentido. A ausência da dinâmica e a perpetuação da estática figuram mais uma vez neste exercício de estilo tão enraizado na visão dos realizadores. A história é simples, e de tão simples que é até podia ser bela, no entanto, sobe a um plano estético já gasto pelo tempo, e que nos gasta a paciência. Falta a objectividade da vida quotidiana neste trabalho, o realizador empurra-nos durante duas horas e meia para um beco sem saída. A temática abordada está bem contada, o trabalho dos actores é perfeito, a Vanda representa maravilhosamente a mulher toxicodependente em PSAO, os tempos, a sonolência, a voz, tudo está perfeito.<br/><br/>A realidade dos realojados é mais vasta, é preciso descrevê-la com mais objectividade sem recorrer a eufemismos. Falta ambição neste trabalho, onde a expressão do sofrimento tem um papel determinante e não deve ser esbatida em tons cinzentos que escondem a dor da realidade. Embora seja um trabalho sujo como já foi referido, pode, no entanto, ser tonalizado nos planos com cores mais alegres.
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