Relatório Kinsey

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Drama 118 min 2004 M/16 10/02/2005 EUA, ALE

Título Original

Kinsey

Sinopse

Em 1948, Alfred Charles Kinsey publicou "Sexual Behaviour in the Human Male", tornando-se responsável por mudar a cultura Americana ao revelar os segredos mais íntimos do comportamento humano. O estudo, para o qual entrevistou milhares de pessoas sobre os aspectos da sua intimidade sexual, foi comparado pela imprensa à bomba atómica - devastador ao revelar os comportamentos sexuais das pessoas, falando de masturbação, infidelidades, homossexualidade. Os seus estudos ajudaram o sexo a sair do armário, mas quando o país mergulha na paranóia da Guerra Fria, Kinsey torna-se um alvo das críticas, ao ser acusado de ir contra os valores morais americanos.<p/> PÚBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

Estes difíceis amores

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Bill Condon já tinha trabalhado nos domínios do "biopic" em "Deuses e Monstros" ("Gods and Monsters"), um olhar sobre James Whale, o realizador de "Frankenstein", e a sua abordagem convenceu ao fugir a alguns dos convencionalismos do rotineiro filme biográfico. Com "Relatório Kinsey", o cineasta foca agora um dos mais controversos e marcantes nomes da investigação sexual, Alfred Charles Kinsey, que se debruçou sobre os hábitos, tendências e práticas sexuais da população norte-americana nas décadas de 40/50. Condon proporciona uma absorvente perspectiva sobre o percurso pessoal e profissional do protagonista, caracterizando-o com os traços de complexidade e ambivalência que uma análise profunda e rigorosa exige (contemplando a sua estrutura familiar e vida conjugal, assim como as suas motivações, dúvidas e medos).<BR/><BR/>Essencial para o projecto é a interpretação de um actor de inegáveis méritos como Liam Neeson, capaz de encarnar tanto a obstinação como a vulnerabilidade da personagem principal, mantendo sempre uma postura algo fria e obsessiva de um homem dedicado ao seu estudo. Laura Linney, no papel da esposa de Kinsey, é igualmente subtil, confirmando-se como uma das mais versáteis actrizes norte-americanas da actualidade (justamente nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária por este desempenho).<BR/><BR/>Condon provou ser um óptimo director de actores em "Deuses e Monstros" - que tinha Ian McKellen e um surpreendente Brendan Fraser como dupla protagonista - e em "Relatório Kinsey" esse aspecto continua a manifestar-se não só nos nomes principais mas também no profissional elenco de secundários (Chris O'Donnell, Timothy Hutton e, sobretudo, Peter Sarsgaard, com mais uma soberba interpretação, tão intrigante como as de "Shattered Glass - Verdade ou Mentira" ou "Garden State").<BR/><BR/>Para além de um notável núcleo de actores, "Relatório Kinsey" sustenta-se num sólido e entusiasmante argumento, que se afasta da lógica de (tele)filme biográfico e não se limita a ilustrar a vida do protagonista como uma mecânica sequência de acontecimentos centrados em personagens unidimensionais. Embora exiba alguma linearidade a espaços, "Relatório Kinsey" mantém sempre uma visão atenta da complexidade das relações humanas e não rejeita exibir as zonas de sombra e de inquietação do protagonista. Poder-se-á acusar Condon de adoptar um tom demasiado edificante, mais evidente na recta final do filme - como na cena em que uma mulher de meia-idade encara Kinsey como um "salvador" -, mas mesmo assim o cineasta não rejeita o contraditório (as fragilidades das investigações, particularmente a abordagem excessivamente baseada em números e que não contemplava tanto a esfera emocional/afectiva dos indivíduos analisados).<BR/><BR/>Pertinente e estimulante, "Relatório Kinsey" oferece um interessante retrato de um homem e de uma época, centrando-se numa temática que ainda hoje suscita as mais diversas discussões, teorias, juízos de valor e reacções: o sexo. Com o seu filme, Bill Condon relembra-nos, de uma forma sóbria e astuta, alguns dos elementos que possibilitaram que esse assunto se tornasse cada vez mais discutido e analisado - para o bem e para o mal -, tornando "Relatório Kinsey" num recomendável "biopic" acima da média. Classificação: 3,5/5 - Bom.
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E que tal falar de sexo?

João Tomé

O sexo levanta muitas questões. Com o doutor Kinsey podemos descobrir algumas das mais importantes que nos levam a desafiar a nossa forma de pensar (in www.magaCINE.blogspot.com). "Olá. Eu sou o doutor Alfred Kinsey e estou a fazer um estudo sobre comportamento sexual". É assim que a personagem interpretada pelo actor Liam Neeson se apresenta neste filme, baseado em factos reais. Estamos perante a vida de um homem que revelou, numa altura onde o conservadorismo imperava ainda mais nos Estados Unidos, os segredos íntimos da sua nação. Alfred Kinsey permite-nos uma viagem ao mistério do comportamento sexual humano, mas existe um preço para quem se torna tão audaz na sociedade americana da década de 40 do século passado. Ao tentar contrariar a rígida educação religiosa da sua vida familiar e atraído pela ciência, Alfred Kinsey começa por ser zoologista, mas a sua vida muda quando vai ensinar biologia para a Universidade de Indiana.<BR/><BR/>É lá que o professor junta uma equipa de investigadores, incluindo Clyde Martin (Peter Sarsgaard), Wardell Pomeroy (Chris O’Donnell) e Paul Gebhard (Timothy Hutton), para fazer face à escassez de dados científicos sobre o comportamento sexual. É também na universidade, no meio das suas calorosas aulas, que conhece Clara McMillen (Laura Linney), por quem acaba por se apaixonar e com quem casa. Inspirado pelas suas descobertas, o doutor e a sua equipa desenvolvem e apuram a técnica de entrevista que vai ajudar as pessoas a ultrapassarem a vergonha, o medo e a culpa das duas histórias sexuais.<BR/><BR/>"Qual a sua posição sexual mais comum?", pergunta Kinsey. "Há mais do que uma?", responde uma das suas entrevistadas que "sabe menos de biologia do que uma criança de 12 anos numa sociedade desinibida". É então que a vida de Alfred Kinsey muda quando ele lança, em 1948, o livro "Sexual Behavior in the Human Male", conhecido como "Relatório Kinsey". Numa primeira fase, o livro faz dele uma das figuras mais importantes da época, aparecendo na capa da "Time".<BR/><BR/>O seu estudo revela agora que quase todos os homens se masturbam, 50 por cento dos casados têm sexo extra-matrimonial e 37 por cento dos americanos tiveram pelo menos uma experiência homossexual. Mas numa segunda fase, com a entrada na Guerra Fria, o estudo meticuloso de Kinsey começa a ser alvo de desprezo, provocando ofensas até de quem o tinha apoiado. Quando publica o seu segundo livro, "Sexual Behavior in the Human Female", ele tornou-se objecto de grande repúdio.<BR/><BR/>Tal como é afirmado na sinopse oficial do filme, parece que afinal ninguém estava preparado para saber os segredos mais íntimos das filhas, mães e avós da América.
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