Tempo de Recomeçar

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Comédia Dramática 99 min 2017 21/12/2017 EUA

Título Original

The Bachelors

Sinopse

Depois de algum tempo a tentar ultrapassar, sem êxito, a morte da sua mulher, Bill Palet deixa São Francisco e muda-se com o filho Wes para a cidade de Los Angeles. Disposto a recomeçar do zero, Bill aceita um lugar como professor no colégio privado onde Wes inicia um novo ano lectivo. Porém, mesmo num cenário totalmente diferente, Bill vê-se incapaz de superar a depressão que o persegue, vivendo a vida de um modo quase mecanizado. Wes, pelo contrário, começa a fazer novos amigos e a encontrar interesse nas raparigas da zona, especialmente Lacey, que luta contra os seus próprios demónios. É então que, finalmente capaz a dar um passo em frente, Bill conhece a professora de francês do filho, encontrando nela as forças que precisava para se reerguer…
Com J. K. Simmons, Julie Delpy, Josh Wiggins e Odeya Rush nos principais papéis, uma comédia dramática escrita e realizada por Kurt Voelker (“Park”). PÚBLICO

Críticas dos leitores

O género de filmes que não queremos ver (spoiler)

Nelson Gomes

Os filmes que abordam o tema do luto não são, por razoes óbvias, os mais procurados pelos espetadores, fazendo-nos recordar as experiências pessoais mais dolorosas da nossa vida. Mas estas experiências fazem, infelizmente, parte da existência humana e a industria cinematográfica não as podia excluir totalmente. No ano passado tivemos inclusivamente um filme nomeado para os óscares – Manchester By The Sea – que abordava este tema. Este ano também passou discretamente pelos cinemas portugueses um filme sobre esta temática: “Tempo de Recomeçar”. <br /> <br />Bill Palet (interpretado por J.K. Simmons) não consegue ultrapassar a morte recente da sua mulher e procura fugir das suas memórias mudando de cidade juntamente com o seu filho Wes. Bill vai, entretanto, conhecer Carine (Julie Delpy) professora de francês do seu filho que tenta ajudar-lhe a recuperar. Wes por seu lado e por sugestão Carine vai passar a estudar conjuntamente com Lacy, que tem um lado obscuro da sua personalidade que a leva lentamente a um caminho de autodestruição. <br /> <br />Vendo o trailer pensamos que o filme é apenas a história da lenta recuperação de Bill e Wes após uma perda abrupta e dolorosa. Mas vendo o filme somos apresentados com uma realidade mais complexa. Procura mostrar-nos que nem todos reagem da mesma forma à dor. Uns tem uma força interior que lhes permite recuperar mais facilmente. No outro extremo existem aqueles que não conseguem fugir à espiral de sofrimento psicológico, entrando numa depressão cada vez mais profunda que os leva lentamente a um caminho sem retorno. <br /> <br />Aprecio a forma como o filme vai abordado paralelamente outras temáticas como a relação entre pais e filhos, os divórcios litigiosos ou o problema da auto-mutilação juvenil. Usa inteligentemente momentos de humor proporcionado pelos colegas de corrida de Wes, como momentos de descompressão num filme globalmente depressivo. <br /> <br />É claro que o filme tem um final feliz, que é a recompensa necessária para o espetador para não sair deprimido da sala de cinema. No fim triunfa a solidariedade humana na dor, pois necessitamos – e temos de aceitar que necessitamos – do apoio de quem está à nossa volta, na árdua tarefa de recomeçar.
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