Detroit

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Drama, Thriller 143 min 2017 M/16 14/09/2017 EUA

Título Original

Detroit

Sinopse

<div>Em Julho de 1967, a cidade de Detroit (EUA) viveu cinco dias de protestos e violência. O tumulto social, que ficou conhecido como "12th Street Riot", decorreu devido às constantes tensões raciais e problemas de exclusão da população afro-americana. Uma rusga policial a um bar acabou por desencadear uma contenda com dezenas de afro-americanos que estavam reunidos no interior. A sua detenção foi feita sob o olhar de transeuntes que se apressaram a juntar-se nas ruas. Gerou-se uma espiral de violência entre polícia e manifestantes. O episódio transformar-se-ia num motim de enorme gravidade – um dos mais sangrentos da história dos EUA –, intensificado pela intervenção da Guarda Civil e do Exército. O resultado foi um banho de sangue.</div><div>Baseado em eventos reais na cidade de Detroit há meio século, um filme dramático sobre o racismo, com realização de Kathryn Bigelow e argumento de Mark Boal, dupla responsável pelo vencedor de seis Óscares "Estado de Guerra". PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Preto no branco

Jorge Mourinha

Ao filmar um caso verídico da história dos conflitos raciais dos EUA, a autora de Estado de Guerra não consegue imprimir ambiguidade às convenções do filme de denúncia social.

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Críticas dos leitores

Todos iguais, mas...

Pedro Brás Marques

Os problemas raciais são um dos graves vírus que afectam a saúde dos EUA. E tudo se complica quando esta discriminação tem como protagonistas aqueles que deveriam ser os primeiros a combatê-la: polícias e juízes, os homens que juraram fazer aplicar e executar a Lei. <br />Em 1967, Detroit estava ainda longe da crise que a transformou na cidade decadente que é hoje. Durante o Verão desse ano, uma rusga policial a um clube ilegal descamba em confrontos que rapidamente saem para a rua, ganham dimensão com a chegada de mais força policial e do Exército, transformando-se num motim com milhares de pessoas em protesto, entretidas em pilhagens e todo o tipo de crimes, desde homicídios a incêndios. Durante uns dias, Detroit transformou-se literalmente num inferno, morrendo mais de vinte pessoas, incluindo polícias, militares e bombeiros, além de centenas de feridos. O filme retrata os acontecimentos misturando imagens reais com ficcionais até se centrar nos polícias brancos que acabaram por matar erradamente um dos protestantes negros que estava no Hotel Algiers. Tentam encobrir o crime com a concordância forçada dos amigos da vítima, mas o plano acaba mal, sendo todos detidos. Muito embora houvesse brancos e negros de ambos os lados da contenda, a verdade é que as forças policias eram maioritariamente brancas e não tiveram qualquer contemplação no uso absolutamente brutal de força. Tudo acaba mais ou menos protegido, com absolvições indignas e indemnizações vergonhosas… Ou seja, há uma América branca e outra negra. <br />É óbvio que durante a visualização de “Detroit”, vêm à memória os recentes episódios de polícias brancos que dispararam e mataram negros de forma leviana, acabando absolvidos. Na verdade, quem estiver minimamente atento à realidade americana, sabe que são tragédias recorrentes. Katherine Bigelow claramente procurou demonstrar que não só o problema é antigo como atravessa a sociedade americana naquilo que ela mais preza, os valores dos “Founding Fathers”, em que a Fraternidade e a Igualdade são completamente espezinhadas. <br />A realizadora manteve o seu registo de grandes planos com imagens rápidas e nem sempre estabilizadas, quase simulando um “directo” televisivo, precisamente para fazer o espectador sentir-se integrado, como que “dentro” do filme e assim percepcionar melhor a tensão, por um lado, e a injustiça, por outro, de tudo o que aconteceu naquele Verão de 1967 e que, na verdade, ainda não acabou… E efectivamente, o efeito é brilhantemente conseguido, em especial nos espaços pequenos e fechados, onde a tensão sobe ao quase insuportável, assim confirmando, se ainda fosse necessário, Bigelow como uma excepcional realizadora de filmes de acção. Mas não funciona. E não funciona por uma razão comum aos filmes do género: são panfletários e acabam por ser impositivos. Em vez de deixar ao espectador a liberdade de formar opinião, optam por lhe dar uma injecção. Mais do que contar uma história, Bigelow quer marcar uma posição, num evidente alerta para as ideias de quem hoje habita na Casa Branca... Isso é claro na forma como usa as personagens, cujos propósitos de vida narrativa parecem ser unicamente o de servirem de veículo para a denúncia do mal… Percebe-se que, dentro dessa lógica narrativa a fase de julgamento fosse necessária, até para provar que também o sistema judicial estava inquinado, mas acaba por funcionar como um anti-clímax perante a tensão de tudo o que se passara antes. Uma história com cinquenta anos mas, incrivelmente, ainda actual.
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Mtb

Manuel Neto

Vale realmente a pena ver este filme. Um dos melhores que vi este Verão. A não perder mesmo. Como diz o José Miguel Costa "4* ", eu colocaria " 4* +". Não dou 5 porque poderá aparecer algo melhor este ano que duvido.
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4 estrelas

José Miguel Costa

Kathryn Bigelow (a primeira realizadora a ganhar um óscar graças ao excelente “Estado de Guerra”) com o seu novo projecto, “Detroit” (um drama de época com um forte cunho documental – que a determinado momento quase se transforma num autêntico filme de terror realista, tal é o nível de ansiedade que provoca nos espectadores), volta a colocar o dedo numa das feridas ainda abertas na América, o racismo omnipresente contra as comunidades negras (nomeadamente por parte das forças policiais). <br /> Para o efeito retrata um episódio real ocorrido no seio da devastadora revolta popular que colocou a ferro e fogo – num quase estado de guerra civil - a cidade em questão (5ª maior dos USA) ao longo de 5 cinco dias do ano de 1967, como resposta a uma intervenção policial mal sucedida (que fez “transbordar o copo” das discriminações que os negros vinham sentindo na pele, com consequências devastadoras – 43 mortos, mais de 300 feridos e 7000 prédios queimados). <br /> <br />A realizadora coloca o centro da acção num motel, no qual um grupo de jovens é barricado por forças de intervenção policiais e militares, explorando as intensas “relações” que se geram entre os vários intervenientes, num crescendo de tensão levado quase até extremo do suportável (de tal forma que estive quase a abandonar a sala de cinema por já não aguentar tal pressão). É uma experiência visceral, que nos soca o estomago com os punhos cerrados num espaço claustrofóbico. <br /> No entanto, após o desfecho deste (longo) episódio, inesperadamente, o filme perde fulgor a pique, com a Bigelow a não conseguir transmitir a devida emoção à “fase de julgamento” dos actos criminosos cometidos durante este período (soando a algo postiço – como se tivesse esgotado toda a sua vitalidade nas anteriores cenas de “combate físico”). E é pena …
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