A Lei do Mercado

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Drama 93 min 2015 M/12 28/04/2016 FRA

Título Original

La loi du Marché

Sinopse

<div>Thierry, de 51 anos, está desempregado há já quase dois anos. Depois de muitos meses de angústia em que procurou, incessantemente, um meio de sustentar a mulher e filho, quase perde a esperança no futuro. Um dia vê-se, finalmente, seleccionado para a função de segurança de um supermercado. Apesar do magro ordenado que lhe é oferecido, torna-se finalmente capaz de cobrir as necessidades básicas da sua família. Tudo corre bem até ao momento em que lhe é proposto algo inesperado: espiar as colegas das caixas para as poderem despedir. Isto fá-lo sentir-se em conflito com o que considera moralmente aceitável. Agora, Thierry tem de escolher uma de duas hipóteses: compactuar com a entidade patronal ou voltar para a precariedade que quase o levou ao desespero…</div><div>Com argumento e realização de Stéphane Brizé ("Entre Adultes", "Mademoiselle Chambon", "Quelques Heures de Printemps"), um filme dramático sobre o mercado de trabalho e a influência da actual crise na vida do cidadão comum. O elenco conta com a participação de Vincent Lindon (que, com este filme arrecadou o Prémio de Melhor Actor no Festival de Cinema de Cannes e o César na mesma categoria), Karine de Mirbeck e Matthieu Schaller, entre outros. PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

De corpo inteiro

Jorge Mourinha

Um filme que existe por e para o seu actor – e que actor.

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O peso de Vincent Lindon

Luís Miguel Oliveira

A Lei do Mercado é um olhar severo sobre a ínvia moralidade laboral dos tempos modernos, construído com frieza e severidade, numa estrutura que põe o peso de Lindon no centro de tudo.

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Críticas dos leitores

Documentário deprimente sobre a crise vista por um francês

António Soares

Já com muitas décadas de anos às costas e milhares de quilómetros de celulóide percorridos, muitos deles nas maratonas de 24 h do saudoso Quarteto, onde tive a minha dose de "filmes intelectuais", não espero ficar deslumbrado sempre que vou ver uma fita. De facto, já nem me lembro bem qual foi o último filme em que isso me aconteceu... Talvez o "American Beauty" do Sam Mendes, há muitos anos. Ou os hiperbólicos filmes do Tarantino, que podem ser vistos como exageros comico-trágicos mas com uma boa carga de diversão... <br /> <br />Mas, mesmo sem deslumbramento, muitas vezes nos "filmes-família" fico satisfeito e saio divertido da sala, tal como aconteceu recentemente com os previsíveis 007 e "Star Wars". Não estou então à espera de uma obra prima, mas dou umas risadas à conta das cenas "banhada" ou da pirotecnia e de outros efeitos especiais. Os enredos, nestes filmes, são infantis... <br /> <br />Na tabela da crítica do Público dos últimos dias "A Lei do Mercado" é o filme melhor classificado. É francês, e nos últimos anos saíram alguns bons filmes franceses (de chofre, recordo o "Amigos Improváveis"). Assim, resolvi descalçar as pantufas e ir vê-lo com uma filha. <br /> <br />Ora bem, acontece que o filme é um documentário deveras deprimente focado num operário francês de meia idade recém-desempregado, da classe média-baixa; um filme sobre uma família apanhada pelas consequências "da crise". <br /> <br />Todo filmado com "a câmara montada no ombro do operador", com imagens a tremelicar, emula uma reportagem "ao vivo" no telejornal, decerto para realçar o realismo e poupar nos custos da filmagem. Vão passando imagens de cenas "lugar-comum" e previsíveis de acontecer a quem se encontra na meia idade, desempregado, com filho deficiente. Entrevistas de emprego, pedidos de empréstimos na banca, tentativas de venda dos parcos bens da família, lamentos sobre o posto de trabalho perdido. Por fim, empregado de novo como segurança numa "grande superfície", o homem termina o filme a desmascarar roubos de bifes e de carregadores de telemóveis e as vigarices dos operadores de caixa. <br /> <br />Sessão da meia noite. Só não fugi da sala a meio porque tinha que esperar por uma pessoa até tarde. À saída, com o único outro par de pessoas presente na sala dissemos umas piadas amarelas sobre o filme e terminamos com "votos de melhor escolha" na próxima ida ao cinema. Foi a única parte divertida da sessão. <br /> <br />Os críticos do Público aparentemente perderam a noção da diversão no cinema. Tendo em conta as estrelas do "A Lei do Mercado", pelos vistos premeiam o cinema deprimente. Deixem-me, por uma vez, desta vez, ser crítico dos críticos... <br /> <br />Já vi ao longo de quatro décadas milhares de filmes, bons e maus, leves e duros, divertidos e nem tanto, comédias e tragédias... Este "Lei do Mercado" é uma seca. Dou uma estrela ao desempenho do actor principal, Vincent Lindon, e apenas a isso. Filme a evitar. <br />
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A fronteira da dignidade

Pedro Brás Marques

Não é comum um filme abordar assuntos “aborrecidos” como o trabalho, os direitos do trabalhador e, principalmente, questões éticas com ele relacionadas. Mas “A Lei do Mercado” fala disso, de forma séria, inteligente e estimulante. <br />O filme assinado por Stéphane Brizé conta a história dum trabalhador de meia-idade, que se vê subitamente desempregado. Thierry é um homem simples, mas vertical e íntegro, a que nem as maiores dificuldades fazem vergar, como se comprova quando, apesar das suas enormes dificuldades financeiras, recusa vender a sua roulotte por um preço que entendeu ser abusivo. A sua natureza é a dum resistente: procura alternativas, vai ao centro de emprego, frequenta cursos de especialização, acorre a entrevistas onde nunca mente, esgota todas as chances. Finalmente, consegue um emprego como segurança duma grande superfície. No início, a sua função resumia-se a fazer a ronda mas, depois, é colocado na secção de vigilância, onde visiona não só os clientes como os próprios colegas de trabalho, em especial os funcionários das caixas, alguns acabando acusados de pequenos roubos causadores de grandes problemas: despedimento. Thierry sente isto como uma violação aos seus valores, provocando uma luta interior, entre a necessidade e a dignidade. <br />Este filme recebeu no mundo anglo-saxónico um título extremamente feliz: “The Measure of a Man”, a “Medida dum Homem”. Efectivamente, qual é? Numa sociedade materialista, onde o homem é visto como meramente utilitário e descartável, onde é que se traça a fronteira entre a subsistência material e a subsistência da moral? Qual é a medida de cada um? Deve um homem, um trabalhador, aguentar tudo, mesmo que o procedimento empresarial pareça legal, ou a sua dignidade obriga a traçar uma linha para além da qual a recompensa já não se justifica? <br />Stéphane Brizé faz evoluir a acção de forma a que o espectador se aperceba não só da necessidade pessoal e familiar de Thierry, como dos sucessivos esforços para arranjar emprego. Ou seja, antes do desenlace da trama, o espectador tem a oportunidade de formar uma opinião muito concreta de quem é Thierry, dos princípios que defende, mesmo que isso decorra mais das suas acções do que das palavras. É claro que isto resulta porque Vincent Lindon tem uma composição soberba, de uma intensidade brutal, mesmo que muitas vezes se alimente apenas de ensurdecedores silêncios.
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A lei da selva

Ramiro Esteves Ferreira

Filme realista e intenso sobre o drama do desemprego, neste caso, de um homem de meia idade, muito bem interpretado por Vincent Lindon. Um retrato da sociedade capitalista e cruel em que vivemos, que quase nos tira a alma, em que as pessoas tornam-se meros números, numa engrenagem que nos quer tirar os valores em função dos lucros a qualquer custo.
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Muito bom

MJRS

Tema actual, excelente interpretação de Vincent Lindon.<br />Este realizador merecia mais atenção dos exibidores.
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Retrato de um desempregado na europa de hoje

GM

Um filme muito duro que retrata fielmente a sobrevivência e a luta de muitos europeus atirados para o desemprego com mais de 5 anos e sem grande formação que se vêem obrigados a enfrentar a crueldade do sistema que vigora na Europa. Filme obrigatório para certas camadas da sociedade. Uma grande interpretação.
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Um poderoso (e, em simultâneo, "discreto" e não panfletário) drama social e humanista (tão do agrado do cinema realista francês), que constitui uma espécie de "retalhos da vida de um desempregado". E esta designação pode ser "levada à risca", uma vez que a autêntica via sacra do protagonista (um desempregado de longa duração, não qualificado, que já ultrapassou a barreira dos 50 anos, e cujo subsídio desemprego está a findar) nos é apresentada em "quadros independentes" (captados num registo de cariz quase documental - constituindo um verdadeiro documento sociológico). Através destes vamos testemunhando toda uma série de rituais impostos por uma desumanizada sociedade que se rege pela lógica do capitalismo neoliberal (e que vão, por ex., desde a obrigatoriedade de frequentar inapropriados cursos de formação com o objectivo único de "encher chouriços" - e os bolsos das empresas que os ministram-; às humilhantes renegociações dos empréstimos anteriormente contraídos junto das parasitas entidades bancárias; passando pelas inúmeras tentativas dos "piegas apegados à sua zona de conforto" venderem ao desbarato os despojos do tempo em que "viveram acima das suas possibilidades"). E o realizador fá-lo com um laconismo distanciado e um acutilante olhar clínico, socorrendo-se para o efeito de planos fixos fechados nos rostos dos intervenientes (de modo, a não perder qualquer "piscar de olhos"). <br />Claro que os louros têm que ser divididos com Stéphane Brize (aliás, para sermos inteiramente justos, ele é o "corpo e alma" deste filme"), cuja excelente interpretação lhe valeu o prémio de melhor actor no festival de Cannes (bem como um César).
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