O Atentado

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Drama 102 min 2012 M/12 03/04/2014 Líbano, Qatar, FRA, BEL

Título Original

L'Attentat

Sinopse

Amin Jaafari, de origem palestiniana, trabalha como cirurgião num hospital de Tel Aviv, Israel. Competente e dedicado, ele conquistou o respeito dos colegas de profissão. É, por isso, um modelo de integração na sociedade israelita. Certa noite, durante um turno nas urgências do hospital, ele tem de cuidar de várias vítimas de um atentado suicida que ocorreu num restaurante próximo. É assim que descobre que Siham, a sua mulher, é uma das vítimas mortais e que, segundo os dados da polícia, é a responsável pela explosão que provocou a morte a mais 19 pessoas. Incrédulo, Amin não consegue encontrar fundamentação para o secretismo da pessoa com quem dividiu os últimos anos da sua vida. Decidido a compreender as motivações dela e encontrar todas as respostas de que precisa, ele deixa Tel Aviv e segue viagem para os territórios palestinianos ocupados… <br />Um filme dramático assinado pelo libanês Ziad Doueiri ("Entre as Pernas de Lila"), que conta com Ali Suliman e Reymond Amsalem como protagonistas. PÚBLICO

Críticas dos leitores

Um filme especial

Marcelo Souza

Enfrentando uma temática complexa e de alta dramaticidade o diretor oferece ao expectador diversos pontos de vista para viver e refletir. <br />Um filme primoroso, um elenco afinadíssimo até mesmo nas pequenas participações.
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A dimensão dos conflitos

Pedro Brás Marques

Como deve reagir alguém quando o que de mais puro possui lhe é retirado? E se esse roubo for praticado precisamente pelo objecto da sua paixão? <br />É esta a questão-base de “O Atentado”, mas inserida num dos mais delicados contextos político-religiosos conhecidos, o conflito israelo-palestiniano. Amin é um prestigiado médico palestiniano que trabalha no principal hospital de Telaviv. Acaba de receber um prémio profissional e vive com a mulher dos seus sonhos, Siham. Num dia de aparente rotina, ouve-se uma explosão na cidade, por via de mais uma acção dum bombista-suicida. Os feridos vão chegando e Amin faz o melhor que pode, independentemente da origem étnica-religiosa dos sinistrados. Regressa a casa e, a meio da noite, recebe um telefonema, pedindo-lhe para regressar ao hospital. Ali chegado, é conduzido à morgue onde lhe é solicitado que identifique o autor do atentado. Amin levanta o lençol e vê o que resta de Siham. E desmaia. <br />A partir daqui, o filme acompanha Amim na sua procura de uma justificação para o inexplicável. Nunca notara qualquer fervor religioso em Siham, nunca sentira nela qualquer mal-estar contra os judeus…nada. Nada, de nada. Então, o que acontecera? A culpa seria sua? Teria sido traído no seu amor? Fora usado, tal como a sua casa, por terroristas? As perguntas giram como um tornado dentro da cabeça de Amin que não vê outra solução senão a de avançar para os territórios palestinianos e falar com a família dela, com os amigos, com a comunidade religiosa que, agora, a vê e trata como heroína. <br />Este não é tanto um filme de respostas, antes de perguntas. O conflito está ali, aberto, evidente, no cimo de séculos de lutas acumuladas. Amin, médico, com formação superior, consegue ver acima da irracionalidade das partes envolvidas. Mas a esmagadora maioria dos que o rodeiam, não. Nasceram, formaram-se e foram assim ensinados, sempre a rotular de ‘maus’ os que estão do outro lado. E isso basta. O que Amin nunca imaginou foi que esse conflito em versão macro lhe entrasse pela vida dentro em versão micro, infectando a mulher que ele amava e com que sentia a felicidade na Terra. Telaviv sofreu um atentado. Amin sofreu outro. <br />O realizador de origem libanesa, Ziad Doueiri, opta inteligentemente por não dar ao espectador um final fechado. A explicação para o que aconteceu é tudo em geral e nada realmente em particular. Não toma partido por qualquer das causas, mas ao fazê-lo acaba por provar o quão parecidas as partes são, recordando a máxima “os extremos tocam-se”. Amin, perdido nas suas perguntas, dúvidas e inquietações é uma brilhante interpretação do israelita Ali Suliman, o mesmo acontecendo com a compatriota Reymond Amsalem. Um filme com acrescido interesse, por mostrar que não é só o Mundo que, por vezes, não percebe estes conflitos de essência religiosa. Muitas vezes, os que estão no meio da guerra, também não os conseguem entender.
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