Se você precisa de respostas e de um filme que tenha seu suspense desvendado, vai sofrer com Borgman. Warmerdam encadeia cenas com ações intrigantes, mas as personagens, passivas, enfrentam toda a sorte de maldade estranha do sem teto, Camile, que se passa por jardineiro, sem se defender ou questionar. E nós, pobres espetadores, que dependemos dos acontecimentos para entender quem são e a que vem, qual a motivação e objetivo de Camile e seus amigos, ficamos na mão junto com os letreiros finais.

Sem sentido. Você espera que ao final do filme, finalmente possa entender uma história sem nexo. Não acontece. Pretensioso. Perda de tempo total.

Camiel Borgman é um sem-abrigo que se esconde subterraneamente junto a uma área residencial de classe média alta. Depois de ser perseguido por acólitos, Borgman toca à campainha de uma das casas para pedir um banho. À relutância em aceitar o pedido, dá-se um jogo de manipulação sobre quem acaba por finalmente o acolher. Estaremos a pisar os mesmos terrenos de Funny Games de Michael Haneke? Sequência a sequência e o mistério adensa-se. Quem é Borgman? Quais as motivações para agir tão sorrateiramente? <br /> O realizador Van Warmerdam recusa-se em dar as respostas e mantém Borgman como um puzzle interpretativo, ainda que o espectador se pergunte pela razoabilidade de peças para cumprir o enigma. <br /> Será Borgman uma manifestação demoníaca? <br /> As cenas em que prosterna o sono dos residentes são reminiscentes à pintura “O pesadelo” do suíço Henri Fuseli. A linguagem bíblica, carregada no cartão-de-visita inicial - “E desceram à Terra para aumentar as suas fileiras” -, e o jeito desarmante com que Borgman consegue exercer influência (maliciosa), levam-me a tomar essa hipótese como razoável. <br /> No entanto, o maior problema do filme está no último terço. Enquanto que a cena introdutória e o desenvolvimento conseguem agarrar o espectador, o cerimonial acto final deixa Borgman preso à armadilha que criou. O que se viu antes não ganhou qualquer impacto. Há cenas incluídas sem aparente razão e uma completa inabilidade em agarrar um todo capaz de dar, ao espectador, a sensação de ter visto algo provido de significado. Haverá quem possa dizer que a intenção do realizador era prolongar o tom enigmático do filme, mas a pergunta é: depois do pano correr, quem sobra para discutir as feituras de Borgman?

É um filme a evitar, volto a insistir, a evitar definitivamente. O argumento, aparentemente, é interessante e convidativo, mas tudo não passa de um logro. Homens que vivem no subsolo, sem abrigo, jardineiros, artistas de circo, sexo... <br />Incompreensível, enjoativo, repugnante. O filme tem um pouco de tudo, mas nada vale a pena. É uma pena...

Bom filme de produção holandesa, mostra-nos um cinema algo diferente numa estoria toda ela repleta de imprevisto que prende o espectador ao desenrrolar da trama. Não se espere finais felizes nem explicações faceis para tudo aquilo a que assistimos...<br />A ver sem reservas

Borgman é um filme que nos prende porque não conseguimos desvendar o que irá acontecer e porque acontece da forma que nos é mostrado. Mesmo cansado do filme inexplicável espera-se compreendê-lo no final. O final chega e nada é esclarecido. Sai-se do cinema com raiva por se ter investido tempo e dinheiro em algo que não vale a pena.