Michael

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Drama 96 min 2011 24/05/2012 Áustria

Título Original

Michael

Sinopse

Michael (Michael Fuith) tem 35 anos, um emprego estável como gestor numa agência de seguros e uma vida aparentemente igual a tantas outras. Porém, na intimidade da sua casa ele guarda o mais terrível dos segredos: um "<em>bunker"</em> à prova de som onde mantém prisioneiro Wolfgang (David Rauchenberger), um menino de 10 anos. Para Michael, que quer forçar uma naturalidade onde ela não pode existir, estes momentos são uma escolha; para Wolfgang, pelo contrário, aquela é uma existência de pesadelo.<br />Primeira obra do austríaco Markus Schleinzer (director de casting reconhecido pelo seu trabalho com Ulrich Seidl, Jessica Hausner e, mais recentemente, Michael Haneke), um filme que, tendo como ponto de partida um crime hediondo, tenta ficcionar a dinâmica existente entre um molestador e a sua vítima. PÚBLICO

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Críticas dos leitores

Pedofilia servida a frio

MIGUEL COSTA

<p>E um filme sobre a rotina diária de um pedófilo (um homem solitário na casa dos trinta anos de idade, inserido profissionalmente e acima de qualquer suspeita - embora com nítidas dificuldades em "socializar") que roubou (desconhecemos o método utilizado pelo mesmo) um miúdo de 10 anos (cuja identidade não nos é revelada) e que o mantem encarcerado num "bunker" na cave da sua casa (por um período de tempo que também não é identificado) só podia chegar-nos da Áustria (ok ... o "estereótipo em acção").<br /><br />Não nos é dado a conhecer nem o "antes" nem o "depois", e mesmo o "agora" é-nos "mostrado" com cortes abruptos nas cenas (e esse é um dos aspectos mais originais do filme, na medida em que os "episódios pecaminosos" ficam à mercê da nossa imaginação - nenhuma ação é filmada de modo brutal ou catártico). De igual modo, não existe um "bom" (a criança como vitima é deixada para 2º plano) e um "mau", todavia, o realizador ao tomar esta opção de não "diabolizar" o sequestrador (que, por certo, será incompreendida pela generalidade dos espectadores) não tem por objectivo "humanizá-lo" (não o dota de traços sedutores ou cativantes, o que ética e intelectualmente talvez fosse reprovável), nem tão pouco vitimizá-lo (nada nos é dito sobre um eventual historial de traumas de índole familiar ou social) ou apresentá-lo como um doente que carece da nossa piedade (factores que poderiam "atenuar/justificar" a gravidade dos actos praticados), só quer fazer um filme do ponto de vista do "tradicional vilão" (e este é mais um traço da sua originalidade), uma vez que as crianças são sempre as protagonistas de todos os outros filmes do género (pretende-se ver o "homem" que existe no "monstro", mostrar o "sujeito e não o seu conteúdo"), pois tal como o próprio afirma, em entrevista: "o cinema não pode ter tabus, ocultar determinados ângulos ... evitei deliberadamente qualquer julgamento ou explicação moral. Simplesmente é um homem e uma criança interagindo".<br /><br />Poder-se-á assim afirmar que estamos perante um filme, acima de tudo, voyeurista (que não dá respostas), que trata de forma fria um tema "escaldante", e que nos provoca "sentimentos tépidos". Esta constação poderia não abonar muito a seu favor, mas após alguma reflexão talvez se chegue à conclusão que muito do seu eventual brilhantismo poderá residir nesse mm facto, pois não é qualquer um que tem a capacidade de nos fazer sentir mal por ao abandonarmos a sala de cinema não estarmos com um ódio visceral daquele que praticou o mais hediondo dos crimes. E o cinema é isso: "SENTIMENTOS".</p>
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