Primavera Tardia

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108 min 1949 M/12 28/06/2018 JAP

Título Original

Banshun

Sinopse

Banshun é o filme que inaugura o período final da obra de Ozu, as obras de grande maturidade que o fizeram conhecer tardiamente no estrangeiro. É a partir daqui que no seu cinema a trama narrativa se torna rarefeita e o estilo visual se depura ao máximo: raríssimos movimentos de câmara, ausência total de panorâmicas, sequências ligadas unicamente por cortes e a celebérrima posição da câmara (a "câmara Ozu"), quase sempre a mesma, à altura de uma pessoa sentada no chão, à japonesa. E como sempre, neste período final, Ozu conta histórias de separação e resignação, histórias de mudanças e da passagem do tempo. Texto: Cinemateca Portuguesa

Críticas dos leitores

Primavera tardia

Fernando Oliveira

Este “Primavera tardia”, “Banshun”, de 1949, é exemplar como demonstração do perfeito conjugar da arte formal de Ozu – a sua muito particular e rigorosa maneira de filmar o espaço; e a sua obsessão em contar as evoluções sociológicas do Japão através daquilo que parece serem apenas as pequenas coisas que preenchem o dia-a-dia dos seus personagens. Os dramas e as alegrias das relações entre as gerações de uma família, o conflito entre a tradição e as transformações que os mais novos vão incorporando nos seus hábitos – neste caso o impacto da cultura americana num Japão ocupado após a derrota na guerra. Aqui conta-se o conflito afectivo entre o pai e uma filha quando esta pensa em casar. Ele quer que ela case sem o receio de o deixar só.
Sendo um Cinema que obriga o espectador a um distanciamento, porque o obriga a olhar duplamente para cima – não apenas porque estamos sentados o vê-lo no ecrã, mas porque Ozu coloca também muitas vezes a câmara como se estivesse ao nível dos espectadores; é-o ainda mais neste filme não apenas pela austeridade narrativa, mas pela forma como é contada – pensamos numa peça teatral dividida em cenas, há partes da história que são importantes mas que não vemos acontecer.
Enfim, um extraordinário filme sobre o imparável movimento do tempo, sobre as mudanças que vão acontecendo, e as consequências que tudo isto tem nas relações entre os personagens. Tanta coisa, quando parece que conta tão pouco.
Por falar em quantidade: em nenhuma obra de outro cineasta se bebe tanto como nos filmes de Ozu.
(em “oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt)

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